No verão, não.



Quase verão no hemisfério sul. E eu inventei de perguntar a uma amiga se os seguidos encontros dela com aquele alguém, que ela me definiu como especial há alguns meses atrás, iria resultar em namoro. A resposta veio. Direta. Sem qualquer hesitação: "De jeito nenhum. Verão não é época para namorar". Sabe quando você ouve alguma coisa que parece estar sendo pronunciada em outro idioma do qual você não sabe nem o básico do básico? Mandarim ou Javanês seria o meu caso. Pois bem. Eu fiquei sem resposta, e tentando entender o porquê de o verão ser banido do calendário dos apaixonados. Ok, você está aí concordando com a minha amiga, pensando que eu sou uma alienada que não entende nada sobre a relação entre namoro e verão. E, cada vez mais concordando que eu talvez tenha nascido na época errada, não entendo mesmo. Lhufas. Mas, vamos lá... A praia, o calor, os banhos de mar, as muitas festas regadas à cerveja, e as enjoativas músicas do Bob Sinclair (músicas?) tocando nas pistas das casas noturnas lotadas das cidades litorâneas. Clima de azaração que não tem fim. Beijo na boca só para começar. Na linguagem do meu sobrinho de dezesseis anos: "o negócio é ir lá e grudar". As meninas, hoje mulheres aos quatorze anos, desfilando em suas mini-mini-mini-saias, com corpos bronzeados que contrastam com o amarelo-canário e o azul-bic ofuscantes das roupas (sim, tem de ser a cor do pássaro e da caneta, senão, acredite, você está fora do contexto da moda). Os meninos, que hoje são cada vez mais meninos, mesmo aos quarenta anos, correndo na orla, munidos de músculos sarados e ipods. Nada mais, raras exceções. Bem, para que namorar? O verão agrada aos olhos. Apetece. É... O verão e suas tentações. As outras três estações do ano são definitivamente mais românticas e menos atrativas. O frio tem seus cobertores. A primavera tem suas flores. O outono, as suas cores. Ok, não encontrei rima para o verão. Prometo, vou me esforçar para tentar compreender essa nova teoria da geração "no verão, não". Mas, cá entre nós, tomara que eu não consiga entender nada de nada até meados de março, que é quando mudam as estações. Até lá eu prefiro acreditar que algumas coisas são para sempre, e que o para sempre nunca acaba. Namorar é bom. Sempre foi. Em qualquer estação do ano, em qualquer hora, em qualquer dia. Se as coisas mudarem muito por aqui, talvez eu mude é de profissão, e vá morar no Alaska.

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Desejos felinos de um final de semana de quatro estações... Completo. E repleto de poesia. ;)

2 comentários:

  1. Oi, tem carona para eu ir contigo ao Alaska ?
    Beijos,
    Eliane

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  2. alívio. além de mim, outra heroina da resistência aqui no blog. rsrs...

    claro que tem. e ainda vamos escutando engenheiros:

    "...o que não tem explicação ninguém precisa explicar.
    O sol ainda se levanta no meio de tanta confusão.
    No meio da madrugada ele ilumina o Japão.
    O coração nunca cansa da canção.
    O que tá escrito na canção
    ninguém precisa aceitar."

    bjo. querida e obrigada pelo carinho.

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palavras são apenas palavras,
movimentam o mundo desde
sempre, mas nem todos sabem.