Mime ao som de Moïse



Não sei o porquê, mas sempre fui resistente a músicas francesas. Talvez para poder perceber, um dia, como são bonitas. Estou encantada com a cantora haitiana estabelecida na França, Terï Moise. As letras são lindas e a sensual melodia, idem. Em dias de inverno gelado, não é só o rock que me aquece. "Je serais là" dá uma idéia do trabalho de Moïse.

"Oublie tes erreurs et tes peurs/esqueça teus erros e teus medos
Je les efface/eu os deixei de lado
A chaque faux pas que tu feras/e cada passo em falso que deres
Je tomberai à ta place/eu cairei no teu lugar
Mon seul plaisir sera de t'offrir une vie idéale/meu único prazer será te oferecer uma vida ideal
Sans peine et sans mal/sem dor e sem mal."


Mime muito quem você ama ao som de Teri Moïse neste domingo gelado. Irresistível!

(In)conto


Eu gosto de contos. Mas não os de fadas, que, a mim, nesta fase da vida já parecem chatos. Melhor deixá-los para a inocência das crianças, as quais precisam do lúdico para começar a entender o mundo. Então, nada de explicações frágeis ou enredos bonitinhos mas ordinários. Prefiro contos de verdade, daqueles em que o final surpreende. Dispenso a escrita difícil, pomposa, pois o conto requer simplicidade. Sem dizer demais, e sim o suficiente. Usar a forma de diálogo talvez seja interessante. Eles são estimulantes, envolventes. Uma pitada de humor não faz mal, mas moderado. Ah, sim, deixe-me respirar. Admiro a estilística do Saramago, mas, desta vez, nada de parágrafos intermináveis. É para ser um conto, não uma obra-prima da literatura russa. Um tanto de verossimilhança com a realidade é essencial. Não me faça de tola. Já disse, não gosto de contos de fadas. Nada de duendes, Gatos de Botas, ou donzelas como a Bela Adormecida. Príncipes encantados estão fora de cogitação. Espécie em extinção. A coleção dos irmãos Grimm fica bem na estante de casa, e lá permanecerá para ao deleite de algum entusiasta pelo gênero ou, quem sabe, dos meus sobrinhos, quando deixarem de lado a tela do computador e descobrirem a maravilha das obras impressas. Sem querer ser pessimista, mas me parece que a ingenuidade não convence mais. Pitadas de Balzac, Sade, Joyce, Kafka são liberadamente permitidas. Um conto de cantos e canções reais, allegro, ma non troppo, porque, como diz aquele poema do Victor Hugo, o riso diário é bom, mas rir de tudo é desespero. Quero um conto que me encante. Que tenha o tempo certo, sem exageros. Com construções e distrações no momento certo, que me conte da vida o que eu não sei, num enredo singelo, apaixonante, presente, completo.

Ainda não descobri de onde veio a inspiração para este texto... Mas veio assim, não mais que de repente. Do coração, da alma...

Sanduíche e jazz


Eu queria chá de manga. Não tinha. Veio um de menta, delicioso. Às vezes as substituições podem ser interessantes. Estava curiosa para conhecer o Muffuletta. Fui lá e gostei do que vi. O lugar é pequeno, aconchegante, no estilo dos bares "cidade-baixanos" da República. Inspirado em Nova Orleans, cidade-berço do jazz, tem objetos de arte, quadros, revistas e fotografias por todos os lados, o que sempre me agrada. Adorei os tampos das mesas, decorados com vidro, as luminárias e a parede na cor vermelha. O Muffuletta traz no cardápio o sanduíche que dá nome ao lugar, feito, entre outras delícias, com salame, copa e pasta de azeitona. O saboroso Mississipi, mais leve, já está entre os meus favoritos. A título de curiosidade: diz-se que o lema de Nova Orleans é laissez les bons temps rouler ("deixe os bons tempos rolarem"). Então, reserve logo um tempinho na agenda para conhecer o Muffuletta, opção agradável para aproveitar o início de noite com os amigos ou a dois.

Muffuletta
Endereço: Rua da República, 657 - Cidade Baixa
Telefone: 3224.1524
Cidade: Porto Alegre

O que eu quero ser quando crescer?

Descobri Donaldo Schüler na eleição para patrono da Feira do Livro de Porto Alegre, em 2004, e, desde então, me encantei. Do alto dos seus setenta e quatro anos, dono de uma lucidez entusiasmante e de uma simpatia inigualável, continua simplesmente sensacional. Professor titular do Instituto de Letras da UFRGS, traduziu a última obra de James Joyce, Finnegans Wake. Agora há pouco assisti ao programa Comportamento, na TVCom, no qual ele foi entrevistado, e não poderia deixar de registrar minha admiração pelo escritor. Se ainda for possível ter ídolos nesta época de gostos tão diversos, Schüler é o meu. Oxalá tenha eu um tanto apenas da sua capacidade intelectual quando crescer.

*Formação Acadêmica - Donaldo Schüler
1. Bacharel em Letras pela UFRGS, l959.
2. Licenciado em Letras pela UFRGS, l960.
3. Doutor em Letras e Livre-Docente pela PUCRS, l970.
4. Doutor em Letras e Livre-Docente pela UFRGS, l974.
5. Professor Titular da UFRGS, l981.
6. Pós-Doutoramento na USP, l988-1989.

*Mais informações em www.schulers.com/donaldo

Paraísos reais




Férias me provocam constantemente a pensar em paraísos. No plural, porque, para mim, não deve existir só um. O Jardim do Éden não me agrada porque me parece perfeito demais. Sei, paraíso é para ser perfeito. Ou não, como diria o Caetano Veloso, que, esclarecendo, não é meu favorito em nada, mas a frase veio a calhar, por isso o citei. Tudo o que é muito perfeito perde a graça. Não estou fazendo apologia ao caos, mas um pouco de contravenção às regras pode ser saudável. Segundo a Enciclopédia Wikipedia, paraíso é o "lugar descrito por diferentes religiões onde o clima é ameno, há abundância de alimentos e recursos, e não há guerras, doenças ou morte. Normalmente, a vida no paraíso seria a recompensa após a morte para as almas dos que seguem corretamente os preceitos de cada religião". Considerando que eu prefiro conhecer o paraíso ainda neste plano, tal conceito também não me satisfaz. Pôxa, é possível criar paraísos mais reais, sem tanta utopia, tudo depende do ponto de vista. Perguntei a alguns amigos o que pensavam sobre o tal paraíso. Antes de mais nada, notei que criatividade não falta nas mentes que me acompanham, e isso me deixa feliz. Falta de criatividade, assim como de bom humor, é maçante. Não me surpreendeu saber que o sr. paraíso é visto pela maioria das pessoas que questionei como um lugar lindo (o adjetivo foi o mais usado pelas mulheres), divino e ensolarado (alguém lembrou até de definir o clima) e que, para ser paradisíaco, tem que ter alguém especial por lá, fazendo companhia. Para os homens, o alguém especial poderia ser, no caso, a Juliana Paes ou a Jessica Alba, que, confesso, até então eu desconhecia. Ou seja, o paraíso só é paraíso se for bonito e se estiver nele aquela pessoa especial, preferencialmente, cheia de amor para dar. Bem, fora a hipótese de ser divino, os conceitos de cada um dos meus amigos se aproximaram do meu. O paraíso é um lugar bonito aos olhos de quem vê, é leve, traz uma sensação boa de paz e completude, e fica inigualavelmente melhor se o amor da sua vida estiver junto.O que me chamou a atenção é que, na visão deles, com poucas exceções, parece sempre ser algo inatingível, ou no mínimo, que exige algum sacrifício em troca dos benefícios que oferta. Nisso eu discordo. Concluí que eu tenho vários paraísos. A minha casa é meu paraíso nos dias em que o corpo e a mente pedem sossego. Ter um trabalho que me dá tempo livre para escrever e fazer coisas que gosto se torna o paraíso de segunda a sexta. O aconchego da minha família e dos meus amigos me dá o estímulo necessário para enfrentar os problemas que porventura surgem. Está aí o meu caminho para o Nirvana. E, claro, aquela pessoal especial que me faz derreter só com um beijo e um olhar, quando está ao meu lado, faz o paraíso surgir lindo como nunca, seja em um banco de praça ou debaixo de um edredon. Enfim, recadinho felino para o final de semana: faça da sua vida um paraíso (ou vários). Faça ela ser bonita, no lugar onde você estiver e com quem você amar. Assim vai ficar fácil o paraíso ficar ali, bem ao seu alcance.


Uma felina na paz do interior do Estado...
E eu não lembrava que esta minha terrinha é tão fria! Mas mesmo assim pode ser o paraíso! Roonnn...

Entre livros e damascos


Descanso deveria ser a regra e trabalho a exceção. Impossível pensar em algo melhor. Acordar sem horário, almoçar com calma, brincar com a minha gata sem me preocupar em perder a hora. Isso são raridades no meu dia a dia. Ok, não estava em nenhuma praia paradisíaca da Polinésia Francesa, muito menos esquiando nos Alpes, como preferem (e têm condições) alguns, mas me valeu a tarde de um dia das minhas férias as horas que passei no shopping. Calma, não enlouqueci. Ainda não foi essa a oportunidade que alguém teve de me ver parada em frente a vitrines de moda. Eu estava em uma livraria, perambulando e viajando entre as estantes de livros e DVDs. Fiquei horas por lá, e depois, claro, não resisti a uma passada na confeitaria para comer aquela deliciosa macron de damascos e me deliciar com um café expresso. Entre outras coisas, trouxe para casa alguns filmes do Woody Allen e, inspirada talvez no dia internacional do rock, 13 de julho, um DVD do G3, com músicas do Satriani, Steve Vai e Yngwie Malmsteen. A Jam Session, no final deste DVD, é de tirar o fôlego. Adorei tudo, do Woody aos virtuosos da guitarra. Enfim, férias são para isso. Para fazer coisas que gostamos. E para mim, não é segredo, livros, música e damascos são três das minhas muitas paixões.

Estando ou não em férias, aproveitem muito as delícias do final de semana...

>>A macron de damascos é a da confeitaria Bella Gulla. Ainda não provei outra melhor. http://www.bellagula.com.br
>>O DVD do G3 é o Live in Denver, da Sony, lançado em 2004.
>>A coleção do Woody Allen é a do volume 3, com os filmes Zelig, Sonhos Eróticos de uma Noite de Verão, Interiores e A Outra.

Caro Cupido*



Estariam os Cupidos em férias coletivas? Pois tenho ouvido constantes reclamações, tanto da ala feminina quanto da masculina, sobre as dificuldades em encontrar um relacionamento que valha a pena. E, por favor, estou falando de relacionamento, não das derivações intermináveis como "rolos", "chamegos", "ficadas". Talvez, como um servidor exemplar do Olimpo, o meu, ao menos, tenha recebido de Zeus alguma licença remunerada e esteja revoando algum lugar com menos chuva e frio do que a Capital gaúcha. Quem sabe esteja fazendo a rota da Costa Amalfitana, o loirinho deus grego do amor. Sem reclamações. Torna-se mais emocionante disparar flechas certeiras em mortais lépidos e faceiros com as belezas de um lugar paradisíaco do que em seres terrenos nada dispostos a colocar o nariz para fora de casa em uma noite como a de hoje: congelante. Mas não custa mandar um recadinho para os céus. Afinal, toda a tentativa é válida. Assim: “Caro Cupido, sem a pretensão de tirá-lo do descanso sereno do paraíso, regado a néctar, e rodeado por Musas e Ninfas, gostaria de que, se possível, fosse atendido o meu pedido (aquele que fiz há algum tempo, e que deve estar enrolado num papelzinho cor de rosa, em alguma ponta das suas setas mais antigas). Ocorre que, caro deus do amor, as coisas por aqui estão complicadas. Aqueles seres chamados homens estão todos voltando à infância. Deve haver algum problema ainda não identificado pela Medicina na relação idade x maturidade, pois eles não evoluem mais. Pararam na fase adolescente, estejam com vinte, trinta ou quarenta anos. Creio que seus cachos dourados iriam ficar arrepiados com a situação, caso o senhor passasse alguns dias aqui na Terra. Entretanto, sei que não há motivo para pânico (talvez um pouco de receio apenas), uma vez que o seu trabalho é justamente o de fazer as coisas darem certo. Assim, espero encarecidamente que a sua mira acerte, de uma vez por todas, algum aspirante a namorado com valores definidos (o corpo também pode ser, que mal não faz), inteligência suficiente para manter um diálogo interessante por algumas horas, atencioso mas não grudento, que trabalhe não mais que oito horas diárias, e que, acima de tudo, não venha com aquele opcional “casado ou comprometido” no pacote. Claro, um rostinho bonito também não é pedir demais. Aproveitando, caro Cupido, peço que o senhor capriche na dose de romantismo da flecha (pode encher até os tubos tá?), porque a prática me parece estar em extinção. Aproveite as chuvaradas intermináveis dos dias de inverno no paralelo 30, e desça romantismo aos cântaros. Casais satisfeitos e menos trabalho no Olimpo. Não é uma boa pedida? Por fim, espero que volte logo à ativa, agitando esse carcás empoeirado aí nas costas e mandando ver nas flechadas. Mas, por favor, não mande mais castigos, combinado? Desses chega. Se eu lhe devia alguma coisa, penso já estar quites depois do último Carnaval, quando as suas flechinhas acertaram, acredito que por engano, aquele sujeito sem graça, sem grana, sem conversa, sem literalmente nada de atrativos, e que me declarou amor eterno num quiosque de praia, entre milhos, caipirinhas e tigelas de açaí. Por sorte o meu guarda-sol era grande o suficiente para eu desaparecer da orla em segundos. Saudações terrenas caro Cupido. Fico no aguardo de suas providências. P. S.: Só para avisar... Daqui a algus dias vai rolar uma festa, não daquelas estranhas e com gente esquisita, como na letra do Renato Russo, mas uma festa legal na casa de uma amiga que, bem lembrado, também está na sua lista de solicitações pendentes. Assim, apareça por lá Cupidinho amigo, com o arco em punho e a mira apurada, e, por favor, não custa pedir de novo, não me mande bomba desta vez!".

*Atendendo a pedidos, aí está o texto do Cupido... Em tempo: qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência!

...


Edwin McCain tem lindas músicas. Mas esta, hoje, vai me trazer bons sonhos. Doces como um beijo roubado. Daqueles que, mesmo timidamente oferecidos, encantam qualquer mulher.


"The strands in your eyes/Os filamentos em seus olhos
That color them wonderful/Que os tornam maravilhosos
Stop me and steal my breath/Interrompem-me e roubam minha respiração
Tell me that we belong together/Diga-me que pertencemos um ao outro
I'll be captivated/Eu serei cativado
I'll hang from your lips/Ficarei preso aos seus lábios."


(I'll be)

Soninho chegando nesta noite chuvosa... meawww...

Cada um com os seus



"O problema é que você não tem problema". Ouvi isso de um amigo muito querido na semana passada. Caramba, essa afirmação me rendeu noites de divagações perigosas. Se a intenção era fazer um elogio, acabou comigo. É lógico que eu tenho problemas. Todo mundo os tem. Da faxineira do meu prédio ao Bill Gates. 

Problemas existem, mas eles só serão problemas para os outros se você resolve incluir quem não precisa deles no meio da história. Somente por isso, amigo, aos teus olhos, eu não tenho problemas.

Domingo cinza de inverno? Lindo.


Domingo de chuva na Porto Alegre de um inverno que já não se faz tão forte como os de antigamente, porém, para mim, que é sempre belo. Não prefiro verão a inverno, ou outono a primavera. Cada estação do ano, com as suas delícias peculiares, faz-me feliz. Aprendi que a beleza das coisas não está na sua forma, mas em como nós as vemos com os olhos da alma. Tente, num dia como o de hoje, em vez de reclamar do tempo chuvoso e ficar assistindo aos programas repetitivos e sem-sentido da televisão, sair de casa, nem que seja para dar uma espiada pela janela, e olhar as coisas como se precisassem, cada uma delas, de um poema para existir. Crie frases bonitas com a chuva, com o frio, com a falta de um amor, com o choro, com a saudade. Enfim, com tudo aquilo que parece incomodar. Aposto que até o cinza do céu vai te seduzir encantadoramente e o domingo, antes chato, pode até se transformar em um dia lindo.

Em tempo, um pouquinho de Titãs: "A gente quer comida, diversão e arte. A gente não quer só comida, a gente quer saída para qualquer parte."

eu, como sempre, ronronando pelas tardes de domingo...

De coração


Inevitável, hoje, depois de ouvir que eu, supostamente, tenho coração de pedra, não lembrar esse trecho de Coração Selvagem, do Belchior: "Mas quando você me amar, me abrace e me beije bem devagar, que é para eu ter tempo, tempo de me apaixonar". O tempo, para os assumidamente insaciáveis como eu, sempre é pouco. E é precioso. Por isso eu não gosto das coisas aos pedaços. Gosto do inteiro. "O infinito de um momento rápido", como na canção da Zélia Duncan, não me sustenta. Para alguns é defeito, bem sei, mas é o meu jeito. Ambição? Avidez? Nunca me preocupei em descobrir. Mas para mim tem que ser assim. Com todo o tempo do mundo, e sentindo tudo. Não tem segredo. Meu coração não é de pedra, ele é de nuvem. É livre e é infinitamente lindo.

Drama dinamarquês


Por indicação de um amigo, assisti ontem ao filme dinamarquês Brothers, no idioma original Brode. Confesso não me lembrar de ter visto outra produção cinematográfica dinamarquesa até então, e talvez por tal motivo minha expectativa fosse maior. Ou quem sabe o meu ascendente em Virgem não me poupe mesmo desta meticulosidade que a alguns tanto incomoda. É possível que o filme agrade à maioria. Mas, enfim, é o meu (des)gosto. E, quanto a gostos, eu já bem disse, cada um por si é o melhor caminho. A história se foca nas mudanças ocorridas no relacionamento de uma família após o retorno de Michael (Ulrich Thomsen), prisioneiro de guerra no Afeganistão. O filme ganhou o Prêmio do Público - Drama, no Sundance Film Festival e de Melhor Ator (Ulrich Thomsen) e Melhor Atriz (Connie Nielsen), no Festival de San Sebastián. Entretanto, a meu ver, deixou a desejar na narrativa e na inovação. Gosto de sair da mesmice dos filmes americanos justamente para entrar no outro lado, mais próximo da realidade, mais humano, menos fantasioso. Mas, uma pena, não fosse o sotaque dinamarquês, a mim parecia estar frente a um roteiro hollywoodiano. Final previsível e enredo nada chamativo. Embora não se trate de um filme de guerra, os conflitos no Afeganistão poderiam ter sido melhor explorados, mostrando a cruel realidade que assola o país, bem como o drama pessoal dos prisioneiros e das famílias daqueles. Para os que não curtem o gênero, aviso que o filme é pesado, não no sentido de violento, mas no de não dar espaço a qualquer momento de descontração nos seus cento e dez minutos de duração. Vale pela interpretação da pequena Sarah Juel Werner, no papel da filha do casal. E, claro, ainda é bem melhor do que a programação da TV aberta em uma noite fria de quarta-feira.

Ficha Técnica
Título Original: Brode
Gênero: Drama
Tempo de Duração: 110 minutos
Ano de Lançamento (Dinamarca): 2004
Estúdio: Two Brothers Ltd. / Zentropa Entertainments
Distribuição: Focus Features
Direção: Susanne Bier
Roteiro: Anders Thomas Jensen, baseado em estória de Susanne Bier
Produção: Peter Aalbaek Jensen e Sisse Graum Olsen
Música: Johan Söderqvist
Fotografia: Morten Soborg
Desenho de Produção: Viggo Bentzon
Figurino: Lene Ejlersen
Edição: Pernille Bech Christensen e Adam Nielsen

...


As palavras dos poetas têm o dom de aliviar o coração, sempre. Um bálsamo para a alma. É isto. Ainda bem que temos a arte. A verdade, e isso é Nietzsche puro, certamente nos destruiria.

"Sentimos saudade de certos momentos da nossa vida e de certos momentos de pessoas que passaram por ela." Carlos Drummond de Andrade

Semana que começa... Saudade que fica...

Nietzsche, grande Nietzsche!



Nietzsche sempre foi meu filósofo preferido. De Zaratustras e Super-Homens a Espíritos Livres. Confesso, porém, que não recordava esta frase, a qual, atráves de uma encantadora voz, chegou hoje aos meus ouvidos: Quanto mais inteligente a mulher, tanto mais se afasta o homem.
Grata, muito grata, pela recordação.

Sonhos felinos nesta noite gelada de domingo.
A previsão diz que tempos melhores virão... Bem, às vezes ela acerta.