Lorelei

"E hoje em dia como é que se diz eu te amo?"
[Renato Russo]

Marco Busoni






Não. Eu ainda não sei. E peço desculpas pelo post "atravessado" em pleno último dia do ano. Mas eu precisei.



[assim como eu preciso dizer que te amo.

sempre. ainda que do meu jeito :)]

Das coisas de final de ano

Metas. Termina um ano. Começa outro. E as pessoas, muitas, fazem listas onde colocam suas metas. Programam os dias e os meses. Algumas até organizam tudo em planilhas [!]. Eu prefiro fazer amor e poesia a fazer metas. Mas, bem, eu posso estar errada. Por isso, hoje, resolvi fazer listas. Sim, no plural. Sou exagerada. Explico: Uma lista para as coisas grandes, dos adultos, outra como se eu estivesse no doce deleite dos meus nove anos de idade. Confesso, a lista adulta, embora contenha coisas das quais eu goste, me pareceu menos atraente do que a outra, de criança. Comer algodão doce, fazer guerra de travesseiro, contar as estrelas e adivinhar as constelações, dar a mão para um amigo, comprar uma porção de balas e confeitos, fazer desfiles com os vestidos antigos da minha mãe, tomar banho de chuva, procurar pirilampos - e encontrar! - assistir a desenhos animados a tarde inteira, beijar o menino mais bonito da escola, e por aí vai, ganhou a cor leve e nostálgica da minha infância e o sabor das tardes de verão na praia onde passo agora boa parte dos meus finais de semana. Aprendi, desta vez, que fazer listas não é nada assustador, embora a mim parecesse. Mas, afinal, para que servem os medos se não forem vencidos?

Kim Anderson

Abrace 2009 como se estivesse abraçando o amor da sua vida em um dia lindo de nascer do sol. Afague. Cuide. Faça listas. Ou não faça. Apenas viva. Não espere para ouvir palavras doces. Diga todas que tiver vontade. Não espere para amar. Só ame. Ajude sem esperar nada em troca. Descubra. Beije. Ganhe, e peça, colo. Converse. Resolva. E seja criança. Sempre. É bonito. E faz bem.

Ronronares dengosos. Nos encontramos em janeiro! :)

Em silêncio

Eu não sei fazer nada além das palavras.
Tímida.
E fim.


"Now I know that the end comes
You knew since the beginning
Didn't want to believe it's true
You are alone again, my soul will be with you."

.Edu Falaschi

Carta em origami

Howard Sokol


Querido Olavo,


desculpe, mas eu acho que ainda não aprendi a me despedir das pessoas. Será que isso se aprende na infância? Porque eu ainda fico com um nó garganta quando preciso me despedir. Uma sensação de que o mundo ficou para trás. Não deixa de ser um mundo, deixa? Você conhece alguém, gosta muito desse alguém, e um dia precisa partir. Não bastassem as malas na mão, o coração também pesa. Já viu isso? Decididamente, não me ensinaram quase nada na escola. A você ensinaram coisas além das palavras seqüenciadas dos livros?

Eu vi você correndo entre os embrulhos de papel colorido da loja da esquina, mas não consegui acenar, porque o moço da máquina de refrigerantes me tomou os últimos segundos antes de eu entrar no metrô, bem como os últimos trocados que eu tinha até chegar em casa, com aquela propaganda do chá branco em latinhas. Você sabia que agora vendem chá branco em latinhas aí em Tóquio? Se ainda não viu, tenho certeza de que logo você vai descobrir. E provar. Porque é bom. E porque, eu lembro, você gosta de todos os tipos de chá.

Ah, antes que eu esqueça, deixei em cima da escrivaninha os livros de haicai que você me emprestou. Só você para me fazer descobrir aqueles jardins bonitos e ler haicais deitada na grama do Japão. Só você.

Guardei o origami e o incenso que você me deu na minha caixa das coisas bonitas. Lembra-se dela? Quando eu sentir saudades, vou lá buscar as nossas coisas bonitas. E prometo escrever outra vez para contar notícias.

Espero que eu tenha me saído bem na despedida com as palavras escritas. Vou guardar as faladas para o nosso próximo encontro, combinado? Cuide-se. Como conversamos durante aquela brincadeira entre os hashis e os copinhos de saquê na noite do seu aniversário.

Vou sentir saudade.

Um beijo.
Mariana

De perto

Aflo

A proximidade acontece por elos bonitos. Aproximar-se é coisa séria. E não sei se percebem o quanto. Dizem alguns que não é obra das mais fáceis. Exige, sim, maestria. Mas, em que coisas da vida dos sentimentos não é preciso cuidar amorosamente da delicada forma de sentir? Aproximar-se do outro se traduz em estar perto e em mostrar o que se sente. A proximidade é necessária. Se faz bela ao unir duas mãos em amor ou em amizade. Se faz divina quando transforma tristeza em sorriso. Ou quando faz a distância dar lugar a um abraço. Aproximar-se das pessoas é uma das poesias mais doces que há no mundo. Sabe-se lá por que, outra dessas pequenas coisas bonitas da vida.





[e não complique, Alice]

Frenesi

Eram três os laços de fita sobre a pele. Dela. E a língua dele que, de leve, subia pelo colo. Em doces beijos e suspiros.


[Abre um botão. De flor.]


E o gosto dos corpos juntos em suor. Enredo sem tempo, sem segredo. Era só mais um final de tarde de verão. E se reencontraram em mãos, atos e desejo.



Paul Popper

Sobre conhecer poetas

Oote Boe

Acontece que tudo cabe
num cartão postal.
Em preto e branco. Ou em cores.
Coisas da alma,
que se deixa fotografar em sorrisos,
encontros e despedidas.







Verbo

Corsentino

Se for falar de amor, saiba, não gosto de frases prontas. Nem do estreito, correto, perfeito. Me dê versos inversos. Segredos intercalados com coisas bonitas. Quero o amor inteiro e que entorpece. Não me carregue nos braços. Preciso de abraços sinceros. Do sabor da noite e das cores do dia. Dos olhos nos olhos quando o corpo é desejo. E mais nada. Me espere, mas não muito. A minha pressa não é de prosa. É poeta. De rimas fáceis. Me tenha devagar. Como se fosse conjugar qualquer verbo bonito. Sem pressa. E intenso.


::::::

.apenas uma gata em verbo.

Papaveri rossi

Monet

Fez sol. Fez chuva. E a poesia das quatro estações em um intervalo de poucas horas. Fez saudade. Fez vontade de chorar e, também, de sorrir, quando eu lembrei que você, há tanto tempo, me chama de moça, mocinha ou qualquer outra palavra carinhosa. Aconteceu de aparecer arco-íris no céu, sabia? E eu te dei, em pensamento, todas as cores dele. Bonitas. Mas isso é segredo. E você prometeu cuidar dos nossos segredos. Ah [!], aconteceu também de eu lembrar a cor das papoulas. Daqueles campos floridos. Sim, eu sei, você prefere outro idioma. Então eu conto para você que são as nossas papaveri rossi. Está bem assim? Papoulas no vermelho escarlate das flores da Toscana. Lindas! Eu lembro até que você colocou uma no meu cabelo. E me deu um beijo doce antes de partir. Aliás, acho que eu entendi por que você sempre foi embora na primavera. Você dizia que era para me deixar todas as flores do mundo e outras mais que ainda não existissem. E agora não demorou para você descobrir que, nesta vida, eu fiz um jardim bonito de todas elas. E, entre todas, eu te encontrei de novo.






.porque há campos de lindas papoulas na Toscana :)

Idéias são sementes


A BioNat Expo é uma feira organizada para promover o comércio e o consumo de produtos orgânicos, fitoterápicos e de plantas medicinais, o turismo rural e ecológico e a sustentabilidade socioambiental. A feira fica aberta até hoje, às 19h, no Cais do Porto.

É a dica da gata para quem quer incluir um passeio diferente e interessante neste domingo.

Espia mais aqui: http://www.bionatexpo.com/


Beijos felinos.


:)

Under my skin

Reinhard Simon

Percebeste? Eu me esquivo. Me escondo. Feito gata mesmo. Assustada. Tenho medo e nem sei se é de água fria. Mas é fato. Sem saída. Inevitável. Você me tem. E tem em tanto, e em tudo, que eu não preciso de mais nada. E quer mesmo saber? Não importa se é lua cheia, ou não. A minha pele na tua, leve, com gosto de tudo o que é bom. Vai ser. Em qualquer tempo. E se eu, por acaso, disser para você ir embora, você volta [volta?]. E me descobre. Nua. Não de pele. Mas de medos. E me abraça forte, até dar arrepio na nuca. E, bem de perto, promete, você me cobre de flor, e me dá, em beijos, o que eu tomo por amor.

[...]

"I've got you under my skin
I've got you deep in the heart of me
So deep in my heart, that you're really a part of me
I've got you under my skin."


.

Epifania

E, ainda que os olhos não fossem tão azuis, era possível mergulhar ali como se mostrassem um mundo de coisas bonitas. E descobrir, na doçura da troca das palavras, amores em sabores de manhãs pintadas à mão e enfeitadas de flores e céu. Não sei se é o tempo que pára quando entramos noutro alguém, ou se o tempo nos dá mais tempo para gostar dos sorrisos e dos encantos que nos afagam a alma. E por isso, talvez, nos venha a sensação de que tudo pára. E de que continua nas sutis epifanias que adoçam a vida. São estas magias de amar que colocam os meus versos em ti. Dia a dia.


Donna Geissler

::::: deliciosamente azuis :::::

:))

Da primavera em dias de sol

Angelo Cavalli


Das coisas mais bonitas, nasciam nuvens e flores. E também caracóis. Do mar. Ou dos sonhos da menina que gostava dos sentidos. Da quinta-essência do que sentia com os seus gostos. E gozos. E tudo o mais que era puro. Por isso seguiu. Alguns passos. Gotas da chuva. Outros mais. A cor do pôr-do-sol. Em lilás. Lembrou o amor. E entendeu que para tudo existe o tempo. E que aquele era, agora, o tempo da primavera. E esperou, silente e serena, por aquilo que chamava de reencontro.

.
.
.


"Se tu vens às 4, desde às 3 eu começarei a ser feliz."
Saint Exupéry, em O Pequeno Príncipe



[...] para o menino mais doce que eu poderia encontrar entre as cores das orquídeas da primavera de Porto Alegre [...].

O tempo do amor


Sim, eu sou toda poesia. Em métrica um tanto distraída, talvez. Quem sabe porque, como nas palavras do Leminski, distraída eu esteja salva. Mas sou também poeta. E não ouse dizer o contrário. Parece até que fui feita de açúcar [!]. Quiçá a menina das sobrancelhas desenhadas, como se fosse em pincel, tenha ficado menina para sempre. E, por isso, doce. Ou talvez tenha aprendido, nas lições da infância, que as coisas são mais bonitas se forem leves.

"...o maior deles, porém, é o amor.” I Co 13. 4, 7, 13

Meus pais completaram cinquenta anos de casamento há poucos dias. E quis o acaso do encontro dos dois que hoje eu estivesse aqui. Dizem eles, os meus pais, que eu sou doce em tudo. Bem, pais são suspeitos... Então, provavelmente, eu não seja em tudo. Ou seja pouco. Ou nem seja. Mas neste post vou tomar a definição como verdade absoluta. Afinal, estas palavras são para eles. E espero que sejam todas elas doces.


Amo vocês dois de maneira tão igual e bonita que não preciso explicar. Um amar tão grande que não cabe num verbo só. Basta sentir. Como se sente tudo o que é verdadeiro.



:)) amor não se conta em tempo, mas em atos: cumplicidade, respeito e carinho.

Sensações


[um beijo].


What difference does it make?


"...que tivesse um blue.
Isto é imitasse feliz a delicadeza,
a sua, assim como um tropeço
que mergulha surdamente
no reino expresso do prazer."

Ana C.

P.S.: Não preciso lembrar que a lua, coincidentemente, se faz cheia no dia 13.
:)

Miados portenhos

Definir Buenos Aires em poucas palavras é difícil. Cosmopolita e aconchegante? Rebelde e romântica? Agridoce? De rock e tango? Qualquer semelhança não é mera coincidência... Me senti em casa no primeiro minuto em que pisei nas terras argentinas. A gata se perdeu em livrarias, cafés, museus e largas avenidas delineadas por prédios imponentes, que me fizeram olhar para o céu portenho várias vezes e me lembrar que, sim, ele é sempre azul, ainda que em dias acinzentados.

Foto: Pelo centro...

São ruas e mais ruas desenhadas por praças, monumentos históricos e parques. Gastronomia para todos os gostos e bolsos: do pancho à culinária internacional. Sem contar os cremosos e deliciosos helados, que, para uma felina assumidamente gulosa, foram uma perdição... Em quatro dias, e sem grandes gastos, acredite, dá para fazer roteiros legais para conhecer muitos lugares bonitos da cidade, com direito a uma pausa para um café [o tal do capuccino gelado com suco de laranja é um espetáculo!] entre uma caminhada ou outra, durante o dia, ou para uma[s] cerveja[s] durante a noite.


Foto: Pelos parques de Palermo...

E, por falar em noite, gostei do lilás dos ipês no final da tarde em Palermo e do colorido das luzes do Puerto Madero no início da noite. Mas adorei os bares boêmios de San Telmo, que rodeiam a simpática praça Dorrego. Nada mal para curtir a primavera noturna dos bons ares argentinos...



Foto: Pelos bares de San Telmo...

Enfim, se, na música do Nei Lisboa, o bonito são os telhados de Paris, neste post fica registrado que os mais lindos são, por enquanto, aos meus olhos, os de Buenos Aires. E, se é para registrar... Anote: se a saída de Buenos Aires estiver programada por via aérea, escolha uma companhia com opção de vôo noturno. A vista é linda, e só reforça a deliciosa sensação de nostalgia que fica ao se deixar a cidade.


Foto: Pelas estações de trem...


Em tempo: Obrigada, Eliane, amiga querida que me acompanhou durante estes quatro dias e que, mesmo cansada, no calor de mais de 30 graus, não desanimou em nenhum minuto. Querida, fostes uma companheira encantadoramente agradável. Gracias, chica! Vais tirar Frankfurt de letra. Tenho certeza! ;)

It´s rock´n´roll, babe!


Antes que eu esqueça...


Longos oito anos... Mas o novo álbum do AC/DC, Black Ice, finalmente está por aí. E She Likes Rock´n´Roll [já] é uma das minhas preferidas:

"She digs rock ‘n' roll,
She likes rock ‘n' roll,
You want rock ‘n' roll,
I need rock ‘n' roll,
Everyday, and through the night,
She digs rock ‘n' roll,
She gives rock ‘n' roll,
She gives me rock ‘n' roll,
I like rock ‘n' roll."

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Roqueira, sim! E sem perder a ternura. ;)

Inverso


Esta história de virar do avesso não é nada fácil. E é sempre assim... Quando a gente acha que entendeu tudo, vem a vida e bagunça, em letras, atos e fatos, tudo o que era certo. E aí tudo vira incerto. Outra vez. E a gente precisa esquecer as frases prontas, precisa encontrar outras rimas, e criar dias novos para noites em claro. Tudo bem, ainda assim, virando do avesso vez que outra, prefiro a inconstância da vida ao estabelecido pela ditadura chata das pessoas imunes à leveza da poesia, das cores e dos gestos nobres. Nobreza de espírito é o que me importa. Porque é coisa bonita. O verdadeiro sentido de se estar vivo.


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do avesso. e desordenadamente relutante aos acasos


[que se lêem em casos].

Palavra de mulher

"Meu amor, eu vou partir
De novo e sempre, feito viciada
Eu vou voltar
Pode ser
Que a nossa história
Seja mais uma quimera
E pode o nosso teto, a Lapa, o Rio desabar
Pode ser
Que passe o nosso tempo
Como qualquer primavera
Espera
Me espera
Eu vou voltar."


Ô, Chico!






.a gata em férias. um pouco sem rumo. com um pouco do coração na mão. e outro pouco em pulsos. impulsos. coisas da minh´alma. que precisa partir. para voltar...

...

Estrelas de céu e mar

Judy Mandolf

E era tanto mar, que Alice, nice como ela só, mal conseguia saber quanto azul havia ali. Ao lado do menino que a ajudava a catar aquelas conchas bonitas que ela guardava em um vidro, ela sorriu e falou, com as bochechas coradas que contrastavam com a pele alva e salpicada pelas sardas:

-Ah, é tão longe que você nem consegue visualizar, Henrique.

-Mas tão longe, Alice? Ontem mesmo você me disse que o longe não existe, lembra?

-Ontem falamos sobre outra coisa, Henrique. Hoje você olha para o oceano e tenta descobrir a que distância ele está dos nossos olhos.

-Esta parte eu sei, Alice. Eu vejo que o mar começa bem aqui, mas é impossível dizer com certeza até onde ele vai. Parece que só termina quando encosta no céu.

-Henrique, olha o céu! O sol já deu lugar às estrelas.

-Agora você vai querer contar as estrelas, que eu sei. E onde eu guardo as conchas, Alice?

-Eu guardo. Você só me abraça e faz desenhos no céu com as estrelas.

-Mas eu não sei desenhar, Alice. Já falei isso quando você me pediu para rabiscar nas nuvens.

-E mesmo sem saber você desenhou coisas bonitas. Vamos tentar com as estrelas?

-Então não vamos mais falar sobre a distância?

-Amanhã conversamos sobre a distância, Henrique. Agora me dê a mão, e olhe para o céu...

Das fadas


"E nessa noite Oriana, em vez de ir visitar o Poeta, encheu a margem do rio com pirilampos e fogos-fátuos e passou a noite a ver-se na água. Foi uma noite maravilhosa. Parecia uma festa extraordinária e fantástica no meio do silêncio e da escuridão da floresta. Os fogos-fátuos e os pirilampos eram iguais a estrelas pequeninas e Oriana via-se na água rodeada de luzes, de chamas e de sombras, com os seus olhos brilhantes, os seus cabelos luminosos, a sua coroa de lírios e as suas asas transparentes. E daí em diante nunca mais foi ver o Poeta."

[Sophia de Mello Breyner]


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Porque as fadas, e acho que só elas, conseguem transformar tristeza em poesia.

Acontece que...

Carroll Doyle - Born to kiss

Tudo bem. Este foi apenas mais um dia. Seguido de outro. Outro dia de palavras quando o corpo pede atos. E eu confesso que as palavras bonitas têm essa magia de mover os meus cílios em câmera lenta quando são ditas ou cantadas em poesia. Porque eu olho para as palavras como quem olha para o amor. Assim, devagar. Como quem acarinha. Mas e o amor dos acontecimentos, onde fica? O problema de eu ser toda coração é que, vez que outra, me perco nos versos e nas rimas. E esqueço o resto. Ou não esqueço. Talvez só adormeça. Para poder acordar de amor, quem sabe, algum dia.






:::::::: A garota do copo d´água. Quiet and lovely.
De lua. So lonely ::::::::

Ah [!], o ouvir estrelas...

Vega é a mais brilhante estrela da constelação de Lyra. Na mitologia japonesa, Vega é Orihime, personagem de uma das mais bonitas lendas de amor que conheço, e que deu origem ao Festival Tanabata, festa popular realizada no Japão, que decora as ruas e as praças com grandes ramos de bambu, enfeitados com papel colorido nos quais as pessoas escrevem seus pedidos.


Foto: http://www.nipocultura.com.br/


A lenda:

A princesa Orihime passava os dias tecendo roupas para seu pai, Tenkou, o Senhor Celestial, o qual, notando que a menina sentia-se muito só, apresentou-a ao jovem pastor Kengyu. Orihime e Kengyu se apaixonaram imediatamente e casaram-se em pouco tempo. Tão forte foi a paixão, que ambos esqueceram suas obrigações diárias. A moça não mais tecia e o pastor abandonara o gado. O pai de Orihime, indignado com tamanha irresponsabilidade, resolveu puni-los, transformando os dois jovens em estrelas, obrigando-os a morar em lugares opostos da Via Láctea. E assim foi. Percebendo, entretanto, o sofrimento da filha, Tenkou passou a permitir que o casal se encontrasse, porém apenas uma vez por ano, no sétimo dia do sétimo mês do calendário lunar, e desde que cumprissem a ordem de atender a todos os pedidos feitos na Terra nesta data. Segundo a lenda, todos os desejos são atendidos no momento mágico do encontro entre Orihime e Kengyu.

Aflo - Star Above Mt. Fuji


.a menina
que ouve estrelas
[...]

Sutil em flor


Eu não sei dessas coisas tuas. Tenho sorriso de criança, e não vivo sem a graça das palavras dos poetas. Não me peça para explicar. Meu coração não segue regras, nem tempo, nem ordens. Me dê espaço em cores. Em versos. Ao mesmo tempo, me invada com sons, sentidos e sentimentos raros. Não me prenda em conceitos, sujeitos, modernismos. Se me quiser perto, me ame, me adoce, me cuide. E me enlace em beijos e abraços. Não corretos, mas sinceros. Me regue, como se flor eu fosse. Flor de jasmim. De lis. Flor.





.

Desire

"teu corpo seja brasa
e o meu a casa
que se consome
no fogo um incêndio
basta pra consumar
esse jogo
uma fogueira chega
pra eu brincar de novo."

[Alice Ruiz]


Bertram Bahner, Passion




nada mais...

...para a lua de hoje.

.post ao som de Lacuna Coil :)

Alma imoral


Sara já não sentia mais a saudade como algo ruim. A novidade, talvez, venha do fato de que ela, a menina de passos fortes e vestidos coloridos, não tinha medo do vazio. Porque estar no vazio era, enfim, poder criar, descobrir, e mudar o que quer que fosse. Entrar no vazio, despida dos conceitos e padrões com os quais conviveu durante anos, era como celebrar cada descoberta em um dia de festa. Era a hora de viver o que a alma, deliciosamente imoral, pedia. E Sara sabia, mesmo sem entender, que esperar era preciso. E era preciso para a alimentar a alma. Assim, de maneira tão delicada como a cor avelã dos olhos de Sara, a vida, essa vida que ela descobria de pouco em pouco, fazia a espera ser boa, suave, paciente. Pouco importava se o ato de esperar era correto ou errado. Importava que lhe fazia bem. E ela saiu, naquela bonita tarde de outubro, a cuidar, como nunca antes fizera, das mil flores da sua alma.


Bill Brandt, 1958

Assisti, neste final de semana, à A Alma Imoral, adaptação do livro de Nilton Bonder. Eu já me emociono naturalmente no teatro, mas a peça é tão bonita, humana [e divina ao mesmo tempo], que era impossível não referir no blog. Dos textos encantadoramente falados pela atriz Clarice Niskier, surgiram a inspiração para o post e a certeza de que a minha alma é, sim [e que bom!], assumidamente imoral.

Cortina de contas


Vez que outra eu conto um segredo. Nas cores de uma cortina de contas. Em conto ou poema. E, por que não, em fábulas? Elas lembram a minha infância. Da altura dos meus noventa e poucos centímetros, a estante de livros na sala de casa, há alguns anos, parecia gigante aos meus olhos. Mas os livros de fábulas, aquelas de Esopo, estavam sempre estrategicamente posicionados ao meu alcance [meu pai sempre soube das coisas!]. Nesse ponto, eu concordo com o Jorge Luis Borges: o paraíso deve ser algo parecido com uma livraria. Cheio de livros e de sorrisos. Ainda acredito no poder das fábulas para encantar os pequenos, mesmo não sendo tão miúda em relação aos móveis antigos da casa dos meus pais. Mas é por isso, por acreditar que amar é algo inocente, como um sorriso de criança, que me encantam as pessoas que guardam um pouco da magia das fábulas e da doçura infantil, ainda que depois de adultas. E é por isso, e agora vem a hora de revelar o que antes era segredo, que eu gosto tanto de presentes. Sim, presentes. Aqueles em pacotes coloridos e de qualquer tamanho. Vale a delicadeza do embrulho, a cor do laço, e o minuto que antecede a surpresa do que posso encontrar ali dentro. Descobri, dia desses, que é por isso que eu gosto de te desvendar assim, aos poucos. Como se estivesses, a cada dia, me entregando um presente. De talvez vidas outras que nem sabemos quantas. Mas é por isso que te olhar, mesmo de longe, se é assim que deve ser, é sempre doce, suave, leve. Por isso que te amo com frases de flores, nuvens e estrelas. Mesmo que não queiras, mesmo que não saibas. É por isso que te amo ontem, hoje, e sempre. Amor com as cores de uma cortina de contas.

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"Porque eu, meu amor, acho graça até mesmo em clichês."

[Adriana Calcanhoto]

Vitae


Em dias claros posso preferir a noite. Em madrugadas, o calor do sol. No mar, estrelas em festa. Eu desenho em nuvens, danço no meio da rua e tenho sonhos em lilás. Não gosto do preto no branco para muitas coisas. Prefiro nuances de cores para as vinte e quatro horas, e outras tantas, do meu dia. Sou mais sorriso do que choro. Lágrima poderia ser doce. Porque eu prefiro doce a salgado. E porque se chora também de felicidade. Por isso pode ser doce [mas você sabe se a felicidade é doce?]. Versos abstratos a verdades limitadas. Sempre. Eu chego quando quero e vou embora sem pedir licença. Prefiro gatos a cães. Preciso de beijos embriagadamente apaixonados e não da monotonia de diálogos sem graça. Monet é bonito, mas não combina com a parede da minha sala. Me leia em acordes de rock. Ou não me procure. Reconheço os amigos pelo olhar e os amores pela saudade. Sou, sim, exagerada com aquilo que gosto. Faço poesia e amor a qualquer hora. Debaixo do cobertor. Ou sob a luz da lua. Minha intuição é apurada e meu passo é apressado. Por isso, não me siga. Gosto que caminhem do meu lado.





.a difícil arte de [querer] amar e
[tentar] ser poeta

Subte [em dias de primavera]

Outras despedidas. Daquelas clichês, românticas, de beijos apaixonados entre lágrimas na estação do metrô. Mas a moça ruiva dos olhos azuis acabava, sempre, precisando delas. Das despedidas. Não quero dizer com isso que ela não amava. Pelo contrário. Vivia do amor. Mas sabia que despedir-se era sempre como nascer outra vez. E ela gostava de renascer. E outra vez, do mesmo lugar, partia para renascer. Às vezes voltava em dois tempos. Noutros compassos, se perdia. E perdida, se encontrava. Retornar, para casa ou para si mesma, era inevitavelmente difícil. Mas ela precisava. E repetia, de primavera em primavera, o ritual curioso das despedidas. Sozinha.

Paul Klee - Fire in the evening





.entre despedidas e saudade, Klee [para ti]! :))

Deixa



E se amanhecer? Deixa que venha o sol. Deixa que o céu mude de cor. Que os meus beijos caiam nos teus. Deixa que a vida aconteça. Sem pressa. Deixa.






."Si pensas en lo que habrás dejado atrás, todo se echo a perder.
Tu y yo corriendo al sol, amor. Lo que cuenta es hoy."

V. Loza

Chegou!


Demorou este ano, mas de repente, em toda a parte - Primavera!
Paulo Franchetti




.que seja bela :))

Descompasso jazz

Gustav Klimt - O Beijo


Ele pediu o aroma da canela, com o sabor da baunilha, e a cor dos olhos dela. Vinho tinto, de graduação alta, na temperatura certa. Jazz. A luz da lua pela janela. Chovia. Ela veio em vestido cor de carmim e perfume com notas de patchouli. Prata de Bali na gargantilha que, sutilmente, ressaltava o colo. Naquela noite desistiram, provisoriamente, de todos os protocolos do amor com os quais estavam acostumados. Entrelaçaram as pernas. Amaram com a alma. E, exaustos, contaram as estrelas. Em versos. Inversos e deliciosamente descompassados.





.meus olhos devem ter sido feitos de céu e mar.
deles caem gotas salgadas de chuva.

Ex.ces.si.va

A voz doce de Carla Bruni na letra que me lê inteira.

Um bônus felino para começar bem a semana de lua cheia e quase primavera.






."je suis excessive,
j'aime quand ça désaxe."

En una canción?


Se eu já era fã, fiquei mais. Apesar da acústica complicada, para não dizer horrível, do Pepsi on Stage, Fito Páez é Fito Páez. E não poderia ser diferente. Todas as composições são lindas. Circo Beat, 11 y 6, El Cuarto de Al Lado, Mariposa Technicolor, Track-Track... Enfim, um belo show.

E, para a felina roqueira aqui, Ciudad de Pobres Corazones, ouvida ao vivo, foi o melhor momento da noite. Sem contar que é animador ver boa parte da gurizada de hoje cantar Fito e não alguma coisa de alguma banda que canta algumas frases e refrões chatinhos e que faz sucesso em alguma rádio por aí.

Se o mundo cabe em uma canção? Não sei. Mas se for em alguma do Rodolfo Fito, certo que é difícil escolher em qual delas.


.inesquecível! :)

Ê, Nietzsche!


Lou Salomé, correspondente de Freud, adorada por Paul Rée, namorada de Rilke, e [ufa!] musa de Nietzsche, abalou as estruturas metafísicas do filósofo e fez com que o gajo, quando conheceu a intelectual mais ousada da Europa, nos idos do verão de 1882, criasse uma das frases mais doces que já li: "De que estrela caímos um ao encontro do outro?"


Ê, Nietzsche velho de guerra, essa precisava vir para o blog!


A resposta, arrebatadora, de Lou às declarações amorosas de Fried eu deixo para um novo post. Segue, por enquanto, a sensacional foto do ménage à trois intelectual talvez mais envolvente da história.

Lou, Nietzsche e Paul Rée em foto
de Jules Bonet - 1882 [bah, a moça parece brabinha]




.idéias de post surgidas na mesa do bar. e salve a
filosofia de botequim! ;)

Era para chover tudo de uma vez



"Hoje eu acordei com sono e sem vontade de acordar o meu amor foi embora e só deixou pra mim um bilhetinho todo azul com seus garranchos que dizia assim "chuchu vou me mandar!" é eu vou pra Bahia (pra Bahia) talvez volte qualquer dia o certo é que eu tô vivendo eu tô tentando Uuu!!! Nosso amor foi um engano [devo ter me esquecido de ler essa parte] hoje eu acordei com sono e sem vontade de acordar como pode alguém ser tão demente porra louca inconsequente e ainda amar ver o amor como um abraço curto pra não sufocar ver o amor como um abraço curto pra não sufocar."
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Prólogo: Amar é uma droga. Pesada.

Ato um: Juntei tudo, sem pontuação correta, para não dar tempo de pensar mesmo. Ah, só para constar, é Cazuza. E eu tinha prometido para mim mesma não postar mais Cazuza aqui.

Ato dois: Ok, vai ver é assim: para cada dia mais ou menos, um mês de alegrias intermináveis. [Sem recriminar as ironias, ok? Hoje eu preciso]

The end: Exageradamente carente. Tímida como sempre. E branca como uma nuvem.

Agradecimentos: Vai ver um dia alguém segura o tranco.

...


-Alguma coisa hoje?

-A lua, café para dois [com gotas de rum, por favor] e algumas trovoadas.






.certas gatas preferem se esconder. ou melhor, preferem aparecer quando, e para quem, bem entendem. o endereço do blog mudou, mas a minha intuição felina não.

Silente poesia húngara [sem ser húngara para ti]

Cartier Bresson

Escuta o silêncio em mim. Não me pergunta. Nada. Cala o medo e a saudade. Que a vida corre. E, com ela, as minhas palavras que, pelo vento ou em pensamento, chegam a ti. Por quê? Por esse amar, do meu jeito, que quer céu, quer mar, quer cor e embaralho de coisas. Em misturas. Combinações. Mesmo que desajeitadas. Mas juntas. Esse amor que quer buscar estrelas e roubar beijos da tua boca de lábios doces. De açúcar. Doces. Sim, eu sei, culpa da minha alma que pede coisas bonitas que me faz ser assim. Inteira. Um inteiramente sentir que não tem fim. Que me toma em versos de poesia, talvez, húngara. Talvez nua. Tua. Em forma de versos milimetricamente alterados por sensações infinitamente bonitas de vontades que precisam ser guardadas. Desculpa, esqueci de te falar sobre os poemas húngaros. Mas agora eles vão ficar aqui. E era para eu te contar tantos e tantos segredos. Em tantas cores. Em tantas rimas. Mas a rima de mim mesma hoje ri, com medo, das minhas coisas. E se esconde, tímida, de ti. Pelo simples e inexplicável fato de precisar ser assim.







.é bom, de noite, olhar o céu

Yes, nós temos sexo!

É fato: temos agora o Dia do Sexo. E a data, sugestiva, 6/9. Sem entrar no mérito da questão e sem discutir as evoluções ou retrocessos do mundo desde que a Eva mordiscou a maçã, vamos combinar que, como diz o Zeca Baleiro, o melhor da vida é isso [sexo] e ócio. Não concorda? Bueno, então continua curtindo as madrugadas lendo blogs. Caso contrário, aproveita a trilha nü-jazz do Parov Stelar e comemora o sábado do ano destinado ao sexo. Fazendo, lógico. A noite só começou... E um pouquinho de luxúria nunca fez mal a ninguém ;))

Cuidem-se!

Here and now?


"...eu me fui, eu me sou, eu me serei em cada um dos girassóis do reino a ser feito. E as coisas terão que ser claras. Releio o que escrevi neste caderno desde janeiro, revejo o que vivi. Tudo me conduziu para este here and now. Tudo terá que ser claro. How can I tell you?"



Caio F.

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Ouvi esta na fila da padaria. E ganhei o dia: "Bah, cara, o segredo é só amar!" ;)

Sexy piano

Ela gosta de rock e toca piano. Rhapsody in blue em pauta de beijos. Quentes. Sexy piano. Com acordes de corar o mais resistente dos meninos crescidos. Em notas de lilás com jasmim, de pó de canela com flor de lis. Suspiros de espuma do mar. Em areia fina. Em noites de lua. Rápida. E de andar espartano. Cuidadosa. Sim, ela é uma gata. Ei, mas é só uma gata. Sozinha. Arisca, recua. Segura, ataca. Com gosto, e, posso apostar, instinto e a mais provocante doçura.





Envolta

De banda. E na volta para casa.

Não. Não vou fazer como o FHC e pedir para que esqueçam o que escrevi. As palavras fazem parte de mim. Parte da minha alma. Parte do meu mundo. E como disse, ontem, uma grande amiga: "declara logo o fim dessa tua pausa meditativa". Eis aqui uma felina resistente a mudanças, mas que muda uma vez que outra. Ah (!), e quando muda... Ninguém segura. Sim, babies, voltei. E com as garrinhas afiadas como nunca. Bom, se a minha amiga declarou, por mim, o fim da pausa, nada mais me resta a não ser dizer que eu fico! E volto a escrever em reticências. Aliás, não deveria nem ter parado.



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Sim, às vezes é preciso se perder [e que bom se for por amor] para se reencontrar.


Envolta. Com a
vida! :))

Agora eu preciso parar

Quem sabe os motivos pelos quais eu comecei o blog, vai entender por qual deles agora eu preciso parar...

Era uma vez uma menina que acreditava no amor... Mas viver o amor era tão difícil, que parecia impossível. Então ela começou a escrever. Sem dúvidas, as palavras são mais fáceis quando sonhadas, quando em poesia, quando em canto. E, de palavra em palavra, a menina aprendeu que beijos e abraços não são junções de frases em verso, que sentimentos são se separam em sílabas, e que sensações não precisam rimar com nomes ou idades. A menina aprendeu que, para amar, basta o amor acontecer. Em azul ou em qualquer cor. Aprendeu que é preciso voar, que é preciso sentir antes de pensar, e que é preciso, antes de mais nada, deixar as palavras e desenhar a vida. A menina, que não cresceu, e nem quer crescer, porque ainda tem desejos de criança, enfim vai viver, porque, que bom (!), ainda acredita no amor.

Em lua quase crescente do mês de agosto, na proximidade de viver três vezes o infinito, eu preciso de uma pausa para sair das palavras e viver o que a vida quer me ensinar. Que caminho eu vou seguir daqui em diante, que sensações eu vou descobrir, que segredos vou viver, tudo, agora, vai estar em mim, sem escrita, e em quem, de coração aberto, estiver comigo.

As coisas acontecem no momento certo. E a alma entende a linguagem do tempo. A minha e a tua estão juntas. :))

Tenho certeza de que as pessoas que acompanharam este blog até aqui têm, todas, cores de sentimentos lindos, e não chegaram até aqui por acaso. Que Deus cuide de cada uma como tem cuidado de mim até agora.

Em tempo, e eu preciso dizer isto antes de parar: Não largue nunca da mão de quem você ama. Nunca.

:))

Shiraz e morangos

Eu li Isabel Allende há alguns anos. Ontem o livro Afrodite: contos, receitas e outros afrodisíacos caiu de novo nas minhas mãos. Dessa vez, sem leituras apressadas. Estou degustando vagarosamente:


“…o único afrodisíaco verdadeiramente infalível é o amor. Nada consegue deter a paixão acesa de duas pessoas apaixonadas. Neste caso não importam os achaques da existência, o furor dos anos, o envelhecimento físico ou a mesquinhez das oportunidades; os amantes dão um jeito de se amarem porque, por definição, esse é o seu destino.”



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Shiraz e morangos. A tua boca na minha. Doce.

Um blues. A dois e com tudo in blue. Com lua de agosto.

E o gosto da tua alma em mim.

Ah (!), shiraz e morangos.

Saudade

Eu te guardo nas coisas mais bonitas de mim.




.Queria acelerar o tempo. Sim, queria. Mas, ainda que nesse tempo distante, eu sinto aroma de baunilha e vejo cores, como naquela letra linda do Vitor Ramil, de um céu violetamente céu. Então eu não preciso reclamar do tempo. Em pensamento todos os meus minutos já são teus.

Silêncios

Nós já temos encontro marcado.
Eu só não sei quando;
Se daqui a dois dias,
se daqui a mil anos.


Jorge Vercilo

.Que o tempo jamais [te]

leve [de mim].

De cetim e rosas




Eu sei, apenas, que os teus lábios devem ter gosto de açúcar. Lábios de açúcar. Nos meus. Sem pressa. E sendo doces, os teus beijos, devem ter todas as cores. As minhas cores nas tuas. Em amores de manhãs, tardes e luas.

Eu só sei que o teu corpo, no meu, há de parecer com vulcões, tempestades. Intermináveis. Em eclipses, deslizes de boca, mãos, nuca. Enredos suaves de nuvens de pernas e abraços. Em sentidos. Cetim e rosas.




.Segunda-feira
com gotas de chuva.

Coincidentemente azul



"Estranho seria se eu não me apaixonasse por você."

Nando Reis




Um café em meia hora. E tudo ficou da cor do mar.



:))