Outras despedidas. Daquelas clichês, românticas, de beijos apaixonados entre lágrimas na estação do metrô. Mas a moça ruiva dos olhos azuis acabava, sempre, precisando delas. Das despedidas. Não quero dizer com isso que ela não amava. Pelo contrário. Vivia do amor. Mas sabia que despedir-se era sempre como nascer outra vez. E ela gostava de renascer. E outra vez, do mesmo lugar, partia para renascer. Às vezes voltava em dois tempos. Noutros compassos, se perdia. E perdida, se encontrava. Retornar, para casa ou para si mesma, era inevitavelmente difícil. Mas ela precisava. E repetia, de primavera em primavera, o ritual curioso das despedidas. Sozinha.

Paul Klee - Fire in the evening
.entre despedidas e saudade, Klee [para ti]! :))
O segredo está em abrir mão, quando aquilo estagna. Criamos vínculos, que nos massacram. O segredo, é a despedida da tua ruiva, de olhos azuis. Fire in the evening. Kiss and hug!
ResponderExcluirMistérios da primavera...
ResponderExcluirUm belo texto. Ciclos. Rituais. Todos os temos. Todos vivemos disso.
ResponderExcluirantes o atrito que o contrato, já cantou o zeca baleiro :))
ResponderExcluirnada que acomoda a vida faz bem, com exceção de um bom colo. parar é não descobrir. parar é não viver. parar só vale a pena se for para pensar e, depois, seguir!
beijos carinhosos em todos! :))