Tentações II


Impecável. Não encontrei outra palavra para descrever o lugar. O Dometila Café é um encanto. O inverno ali ficou mais romântico, mais gostoso, mais fantasticamente deliciante, pelo menos na percepção dos meus sentidos (os cinco). Mesas na rua, luz de velas, decoração aconchegante, boa música, ótimo atendimento e um cardápio de dar água na boca, do início ao fim. Sem contar, claro, nas pétalas de rosas espalhadas por todo o lugar. Aliás, é possível sentir o perfume delas do meio da rua. Amei. Caso alguém se interesse pela sugestão, recomendo o lugar. Por sinal... Comendo, comendo e comendo... A torta de amoras é fantástica. Virei fã de tudo no Dometila. Minhas noites de inverno ganharam cores, sabores e rosas. Perfeito.

Dometila
Endereço: Praça Maurício Cardoso, 49. Moinhos de Vento.
Telefone: 3346.1592
Cidade: Porto Alegre
E-mail: dometilacafe@yahoo.com.br

Conspirando contra as teorias


Escrever sobre teorias sempre me pareceu uma tarefa árdua. Teorizar as teorias. Que responsabilidade. Porém, o fardo se tornará mais leve, porque pretendo falar sobre a arte de não-teorizar tanto algumas coisas na vida. Teorias existem inúmeras, nas mais diversas áreas do conhecimento. Pesquisando sobre algumas para escrever estas linhas, descobri que até a teoria das teorias medíocres existe. Entretanto, seria dispensável dizer, mas, apenas para constar, tudo isso é teoria. E sentimento, alguns sabem, muitos infelizmente não, prescinde de teoria. Quem teoriza demais o amor, a paixão, a saudade, o desejo, acaba nunca descendo do plano das idéias. Aos que me conhecem, um esclarecimento: não abandonei o gosto por divagações, devaneios, passeios pelo lúdico de vez em quando, mas nada de metafísica pura, senão qualquer mortal pira na batatinha. Na hora do encontro com aquele(a) gato(a) maravilhoso(a) que você esperava há séculos que aparecesse na sua vida (e agora caiu como um anjo de pára-quedas bem na sua frente), na hora em que dá aquele frio no estômago e que a única vontade que se tem é a de sentir a pele do outro na sua, o sussurro gostoso no ouvido, o beijo apaixonado, o calor do abraço, do afago, do carinho, na hora em que dá vontade de pedir para que o tempo pare naquele momento e dure uma eternidade só porque vocês estão juntos, nessa hora, por favor, nada de teorizações. A tão temida hora de discutir a relação definitivamente não é aquela em que os olhos estão brilhando de felicidade, em que o corpo pede e exala desejo, em que as mãos se entrelaçam, em que o coração dispara acelerado com a vontade ilimitada de ficar junto, colado, calado, falando com o olhar, sentindo com o coração, vivendo, literalmente, de corpo e alma. Confesso já ter desperdiçado momentos únicos teorizando o que dispensava tanto blá blá blá, mas, em tempo, percebi que o sentir, em algumas situações, deve preceder o pensar. Parece difícil? Pode ser um pouco para aqueles que nunca se deixam levar pelas delícias da intuição, das sensações, da sensibilidade e das emoções. Então, por favor, na hora de curtir o namorado, o marido, o ficante, a amizade-colorida, ou outra denominação que receba aquele ou aquela que te leva a caminhar nas estrelas, que te deixa a boca seca, que te faz suspirar, deixe as dúvidas, as incertezas e os questionamentos para outra hora. Não estou defendendo um mundo de loucuras desenfreadas, sem o mínimo da racionalidade necessária para viver civilizadamente, mas enlouquecer, uma vez que outra, nos braços da felicidade não faz mal nenhum. Se o momento for de sentimento, esqueça as regras, teorias, leis, premissas. Vá logo para a conclusão. E lembre-se de que na prática dos relacionamentos a teoria é sempre outra.

Em tempo: Honey, you´re sweet...

"Vem junto comigo, que eu quero te contaminar
de loucura até a febre acabar/há dias que eu sonho beijos ao luar/em ilhas de fantasias/vem comigo/no caminho eu te explico." (Cazuza)

Rock girl



Fiquei surpresa (e feliz). Elogiaram meu gosto musical neste final de semana. Sério, é raro. Normalmente, quando eu digo que prefiro o som do rock ao do pop, ao do pagode, ao do funk ou outras variações, ao meu ver, desastrosas do gênero, tacham-me de careta. Nossa, as coisas mudaram mesmo. Antigamente quem curtia um bom rock´n roll era moderno. Hoje, muitos consideram cafona. Pois bem, sem problemas, sou uma cafona assumida então. Para mim não há nada mais estimulante do que o bom e velho rock. Enquanto alguns preferem dormir contando os carneirinhos ao som de baladas românticas, sorry, eu não vou para os braços de Orfeu sem a Tangerine do Zeppelin, a Brown Sugar do Stones, um solo de guitarra do Satriani ou algo que siga nessa linha. Eis o motivo de os meus sonhos normalmente parecerem um filme do De Palma ou do Tarantino e não um roteiro água com açúcar de comédia romântica. Não adianta, fui seduzida ainda quando adolescente pelo som alucinante das guitarras, baixos, contra-baixos e bateria. Não tem volta. Inclusive, agora me ocorreu que eu poderia ter trocado a valsa dos meus quinze anos pelo country-rock delicioso do Creedence. Teria sido emocionante. Mas, embora adoradora de um som mais pesado que valsas, nunca fiz o gênero adolescente rebelde. Os meus descontentamentos eram demonstrados ouvindo AC/DC, trancada no meu quarto. E era isso. Bom, mas nem tudo está perdido. Considerando que não podemos voltar no tempo, e eu não vou mais repetir a valsa dos quinze, ainda posso, por exemplo, fazer outra faculdade e receber o diploma ao som da Elevation do U2, ou casar em um luau à beira-mar, encerrando a cerimônia com um beijo apaixonado enquanto toca Can´t stop loving you, do Van Halen. Aliás, namoro combina, na minha opinião, com o ritmo do rock e não com aquelas músicas paradas e melosas. Rock acelera, apetece, estimula. Não que eu não aprecie o Djavan, que eu não curta um Ben Harper ou um Jack Johnson de vez em quando, ou que não preste atenção na voz da Marisa Monte ou da Adriana Calcanhoto, mas, apenas esclarecendo, elas são, para mim, canções de ninar. Legais, gostosinhas, mas me dão sono. E sono, quando se está amando e se quer chamego, é perda de tempo. A minha vida é, e sempre foi, movida à genialidade e à atitude. E isso o bom e amado rock tem de sobra.

:...post ao som de Best of You (Foo Fighters)...:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_bandas_de_rock

Tentações I


A minha quase-compulsão por chocolate (se é que entre sanidade e compulsão pode existir um meio termo) foi deliciosamente exercitada na quente noite que antecedeu o início do inverno e que, infelizmente, deu o título ao time do Boca Juniors, pela Copa Libertadores. A terrine de chocolate do Santíssimo Bar, acreditem, não tem explicação. Sublime indecência a daquele tablete de puro chocolate, coberto com calda e raspas, obviamente, também de chocolate, com morangos fatiados e estrategicamente posicionados entre dois filetes de, adivinhem, chocolate! Irresistível tentação até pra quem não é louco pelas delícias do cacau.

http://www.santissimobar.com.br/

Sempre e sempre


"Paixão s.f. - (sentimento). A paixão é um sentimento de ampliação quase patológica do amor. O acometido de paixão perde sua individualidade em função do fascínio que o outro exerce sobre ele. É tipicamente um sentimento doloroso e patológico, porque, via de regra, o indivíduo perde a sua individualidade, a sua identidade e o seu poder de raciocínio."

Taurinas também sucumbem a paixões!!!!

GrêmioOOOoooo!! dia 20/06 e sempreeeee!!!!!!

E se aproxima mais um dia dos namorados... Discussões de apelos comerciais à parte, a data é, definitivamente, motivo de divergência de opiniões. Para alguns é o dia mais romântico do ano, com direito a rosas, em buquês ou pétalas espalhadas pelo chão, sob a cama, em caixas de bombom, delicadamente enfeitadas para seduzir e, porque não, apetecer o paladar e os sentidos do sexo oposto. Para outros a data é motivo de tristeza e melancolia. Um dia interminável aos que não teriam o alívio de um grande amor. Bom, isso para aqueles que acreditam que o dia doze de junho tenha de ser mais valorizado que os outros trezentos e sessenta e quatro do ano. Eu soube que o sentimento de rejeição do amor que se desejaria ter de outrem é uma das cinco causas mais comuns de suicídio no mundo. Não, não me surpreendi com a informação, afinal, não é difícil crer que numa época tão material e consumista, a carência afetiva seja mesmo uma das grandes causas de insatisfação pessoal. Bem, já que os coraçõezinhos acompanhados e saltitantes com a ternura que paira no ar nesta época do ano estão, em tese, felizes e completos, espero que os lonely hearts que vagam por aí em busca de um grande amor aproveitem muito o dia dos namorados. Afinal de contas, não há dia mais propício para mostrar que você é feliz, sozinho mesmo. Love will be in the air. Então, por favor, nada de ficar em casa chorando pelo ex-amor, socada embaixo das cobertas, soluçando e ouvindo aquela música deprê só porque era aquela a preferida de vocês. Psiu, o "vocês" não existe mais. Sem lágrimas pelo que passou. Se é passado é porque não vale mais a pena. Então, coraçõezinhos solitários, sacudam essa poeira, coloquem um sorriso no rosto e muita, mas muita alegria na alma, pois, no mínimo o dia vai ser bonito, e a chance de receberem outros sorrisos iguais ou mais entusiasmados será maior do que no caso de ficarem em regime de clusura neste dia. E, bem, se preferirem ficar em casa, fiquem, mas fiquem bem consigo mesmos. Estar sozinho não significa estar só e infeliz. Aprender a ficar bem sem um grande romance é o primeiro passo para a realização nos relacionamentos a dois. Não há amor que resista à falta de liberdade, ao ciúme excessivo e à insegurança. Sentir-se seguro sozinho é admirável e, certamente, o grande amor da sua vida vai reconhecer esta como uma das suas melhores qualidades.

Dias dos namorados são como amores mal resolvidos. Acontecem, mas passam!

Então, feliz dia dos namorados, com muitos ronrons e meawwws maliciosos e deliciosos.

Dia desses me perguntaram que tipo de amor eu quero. Ta aí: Um amor de mil rosas roubadas, uma paixão desenfreada! Aham, eu sou mesmo exagerada!!!!!

E que venha o final de semana! Meawwws, muitos meawwws...

Adaptado da letra "Exagerado" (Cazuza / Ezequiel Neves / Leoni.)

Amada Olivetti



Eu bem que tentei. Fiz até um clima assim, meio Mário Quintana, com café preto e, na falta do quindim, uma trufa de amarula, e tentei escrever algumas linhas na velha máquina de escrever. Uma Olivetti, naquele verde inconfundível, super-conservada, impecável mesmo. Para meu deleite, na casa do meu pai as antigas máquinas manuais sobreviveram... Mas não consegui ir muito adiante na minha empreitada. Tá legal, valorizar o antigo é bacana, e eu curto um passeio nos deliciantes museus de Porto Alegre, mas desta vez me rendi às facilidades da vida moderna. Se errou, deleta. Se esqueceu, insere. E se não gostou, já para a lixeira. Nada mais prático para quem, como eu, ama a escrita e gostaria que, não só o Unibanco, mas o dia, tivesse mesmo trinta horas para poder escrever, escrever, escrever... Bom, continuo viciada em café e chocolate, desde que ambos sejam amargos, mas, com o devido reconhecimento aos inventos de Remington, Renault e Olivetti, a velha maquineta virou mesmo peça de museu, embora aos meus olhos, ainda linda.