F é r i a s !

Craig Nelson



"Se alguém perguntar por mim
Diz que fui por aí
Levando o violão debaixo do braço
Em qualquer esquina eu paro
Em qualquer botequim eu entro
Se houver motivo
É mais um samba que eu faço
Se quiserem saber se volto
Diga que sim
Mas só depois que a saudade se afastar de mim
Tenho um violão para me acompanhar
Tenho muitos amigos, eu sou popular
Tenho a madrugada como companheira
A saudade me dói, o meu peito me rói
Eu estou na cidade, eu estou na favela
Eu estou por aí
Sempre pensando nela."

[Zé Kéti e H. Rocha]

Cuidem-se!

Bye, beibe!


Acontece que, por acaso, o nosso, agora, é caso encerrado. Não sou do tipo de mulher que chora à toa. Eu vou embora antes de terminar. E se acontecer de eu chorar, por você, não dura meia hora, pode apostar. E não tem "eu te amo" que resolva, porque a vida ensina, às vezes atrapalhando, a não mais errar. Nunca gostei dessas coisas ensaiadas, e de quem não sabe se entregar. Não é hoje, pois, que moda eu vou inventar. Minha alma pede tudo o que é intenso, e o seu lero-lero, meu benzinho, daqui em diante, pode economizar. Se um dia tinha de terminar, eis que é chegada a hora. Vai aproveitar a noite, gatinho medroso, mas tira antes a coleira, que é para não apertar.









enfim, o fim.

porque algumas coisas se resolvem em menos de uma lua. como deve ser.



Era uma vez uma loba... gata...

Lauren Bentley


Era uma vez uma loba. Em pele de gata. Manhosa e exagerada. Tudo ao mesmo tempo. Não tinha medo de nada, a danada. Das sete vidas, uma ou duas lhe restavam. E ela, a loba-gata, vivia a fazer farra. E não ligava para o que a gataria falava. Contam que só não gostava de brincadeiras sérias, e que, quando ameaçada, enfeitiçava os gatos mais atrevidos da vizinhança. Magia daquelas que nenhum beijo de amor desfaz. Dengosa, aprontava, e, quando lhe convinha, sumia. Feito a lua. Escreveram certa vez que era a loba mais gata da história toda dos gatos. Passeava por todos os becos em passos felinos, roubando petiscos do gato esnobe da esquina, ronronando debochada para as gatas persas desengonçadas que, de inveja, cada vez mais desengonçadas ficavam. A gata, para casa, poucas vezes voltava. Via-se a sombra da cauda uma vez que outra, quando a noite era de chuva. Especula-se que ainda hoje vive às voltas com o gato siamês tatuado. Em lendas está escrito que se ouvem os miados dos dois de cima dos telhados. A vida da gata, que era loba, por certo, era agitada. Muitos riscos, algumas delícias, e um gato siamês tatuado. E bastava.

Sobre o acaso

Tomas Rusch

Agora eu sei, pelos nossos acasos inventados, que, do teu sorriso, se fazem todas as outras coisas bonitas. E é porque você me acorda, entre beijos e lençóis, com tanto cuidado, e com o sorriso mais lindo do mundo, que eu sei que hoje você pode ser, sim, o que de mais sincero e doce há na minha vida.





"Se eu não me fiz entender
Não foi por mal
Não foi por nada
Nada foi por acaso

Tudo que já fizemos juntos
E o que deixamos de fazer
Desaba alta madrugada
Nada faz a menor diferença
Quando a gente pensa no que ainda pode ser."

[Humberto Gessinger]