Conspirando contra as teorias


Escrever sobre teorias sempre me pareceu uma tarefa árdua. Teorizar as teorias. Que responsabilidade. Porém, o fardo se tornará mais leve, porque pretendo falar sobre a arte de não-teorizar tanto algumas coisas na vida. Teorias existem inúmeras, nas mais diversas áreas do conhecimento. Pesquisando sobre algumas para escrever estas linhas, descobri que até a teoria das teorias medíocres existe. Entretanto, seria dispensável dizer, mas, apenas para constar, tudo isso é teoria. E sentimento, alguns sabem, muitos infelizmente não, prescinde de teoria. Quem teoriza demais o amor, a paixão, a saudade, o desejo, acaba nunca descendo do plano das idéias. Aos que me conhecem, um esclarecimento: não abandonei o gosto por divagações, devaneios, passeios pelo lúdico de vez em quando, mas nada de metafísica pura, senão qualquer mortal pira na batatinha. Na hora do encontro com aquele(a) gato(a) maravilhoso(a) que você esperava há séculos que aparecesse na sua vida (e agora caiu como um anjo de pára-quedas bem na sua frente), na hora em que dá aquele frio no estômago e que a única vontade que se tem é a de sentir a pele do outro na sua, o sussurro gostoso no ouvido, o beijo apaixonado, o calor do abraço, do afago, do carinho, na hora em que dá vontade de pedir para que o tempo pare naquele momento e dure uma eternidade só porque vocês estão juntos, nessa hora, por favor, nada de teorizações. A tão temida hora de discutir a relação definitivamente não é aquela em que os olhos estão brilhando de felicidade, em que o corpo pede e exala desejo, em que as mãos se entrelaçam, em que o coração dispara acelerado com a vontade ilimitada de ficar junto, colado, calado, falando com o olhar, sentindo com o coração, vivendo, literalmente, de corpo e alma. Confesso já ter desperdiçado momentos únicos teorizando o que dispensava tanto blá blá blá, mas, em tempo, percebi que o sentir, em algumas situações, deve preceder o pensar. Parece difícil? Pode ser um pouco para aqueles que nunca se deixam levar pelas delícias da intuição, das sensações, da sensibilidade e das emoções. Então, por favor, na hora de curtir o namorado, o marido, o ficante, a amizade-colorida, ou outra denominação que receba aquele ou aquela que te leva a caminhar nas estrelas, que te deixa a boca seca, que te faz suspirar, deixe as dúvidas, as incertezas e os questionamentos para outra hora. Não estou defendendo um mundo de loucuras desenfreadas, sem o mínimo da racionalidade necessária para viver civilizadamente, mas enlouquecer, uma vez que outra, nos braços da felicidade não faz mal nenhum. Se o momento for de sentimento, esqueça as regras, teorias, leis, premissas. Vá logo para a conclusão. E lembre-se de que na prática dos relacionamentos a teoria é sempre outra.

Em tempo: Honey, you´re sweet...

"Vem junto comigo, que eu quero te contaminar
de loucura até a febre acabar/há dias que eu sonho beijos ao luar/em ilhas de fantasias/vem comigo/no caminho eu te explico." (Cazuza)

2 comentários:

  1. meu deus, não quero nem ver mais teorias na minha frente :~

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  2. Foi muito bom ter passado rápidamente neste blog....ainda mais na sexta feira...agora me empolguei para colocar em prática, todas as teorias adquiridas na semana, heheh..

    Um ótimo final de semana para todos..

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palavras são apenas palavras,
movimentam o mundo desde
sempre, mas nem todos sabem.