E era tanto mar, que Alice, nice como ela só, mal conseguia saber quanto azul havia ali. Ao lado do menino que a ajudava a catar aquelas conchas bonitas que ela guardava em um vidro, ela sorriu e falou, com as bochechas coradas que contrastavam com a pele alva e salpicada pelas sardas:
-Ah, é tão longe que você nem consegue visualizar, Henrique.
-Mas tão longe, Alice? Ontem mesmo você me disse que o longe não existe, lembra?
-Ontem falamos sobre outra coisa, Henrique. Hoje você olha para o oceano e tenta descobrir a que distância ele está dos nossos olhos.
-Esta parte eu sei, Alice. Eu vejo que o mar começa bem aqui, mas é impossível dizer com certeza até onde ele vai. Parece que só termina quando encosta no céu.
-Henrique, olha o céu! O sol já deu lugar às estrelas.
-Agora você vai querer contar as estrelas, que eu sei. E onde eu guardo as conchas, Alice?
-Eu guardo. Você só me abraça e faz desenhos no céu com as estrelas.
-Mas eu não sei desenhar, Alice. Já falei isso quando você me pediu para rabiscar nas nuvens.
-E mesmo sem saber você desenhou coisas bonitas. Vamos tentar com as estrelas?
-Então não vamos mais falar sobre a distância?
-Amanhã conversamos sobre a distância, Henrique. Agora me dê a mão, e olhe para o céu...
Passei para bisbilhotar e desejar uma boa noite!!!
ResponderExcluirCarência! Muito bem escrito... Desenho estrelas, prá vc, desde que... Carinho, bjo de boa noite!
ResponderExcluirquerida, bons sonhos para ti também! :))
ResponderExcluirricardo, a carência de carinho é meu defeito de fábrica. mesmo se for muito, eu ainda preciso de mais... coisas dessa gente poeta, né? hehe...
um beijo em cada um um! :)