Os meus iglus




Calma. Não estou delirando. Depois de um post sobre a Bahia, o que este gélido iglu está fazendo aqui, juro, pode ser bem explicado. Acontece que há alguns dias, numa conversa sobre gelo e neve, em um pôr-do-sol de 30 graus (porque contrariar fatos com argumentos pode ser divertido), com uma pessoa muito querida, e que me conhece há algum tempo, perguntei qual seria o motivo da minha adoração por iglus. Sim, eu adoro iglus, desde criança. Eu já havia perguntado isso a outras pessoas, mas a resposta até então nunca me pareceu convincente. Dizer que é pelo fato de serem bonitinhos, não basta. O Dado Dolabella também é, e eu não consigo simpatizar com aquele sorriso ensaiado por mais de cinco segundos. Mas, em boa hora, a simplicidade da fala me pôs uma certeza no coração: "você precisa se sentir segura, é só isso". Bah, ponto para quem resumiu em segundos uma dúvida de anos. É. Eu quero e preciso me sentir protegida. Nada de dependência, até porque gatos não gostam. Eu estou falando de cuidado. Sabe aquela sensação de dormir tendo a certeza de que alguém está ali do seu lado, olhando com todo o carinho para o sou sono, para o seu rosto, para a sua alma? Eis o segredo dos meus iglus. E alguém pode ser tão auto-suficiente a ponto de não precisar disso? Tomara que não.


Em tempo: saudade de conversas sobre iglus. No meio de tudo, saudade.

2 comentários:

  1. É, realmente é um ângulo que pode explicar a tua adoração pelos iglus... esse tipo de segurança é sempre bem vinda... mas não esquece que um iglu não resiste a um imenso calor... e agora? ehe... Beijão!!!

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  2. boa tua observação. vai dar pano pra manga em conversas de outro pôr-do-sol. ;)

    e agora? agora ficou bom de escutar ivan lins:

    "ma cherie amour, o verão do meu iglu;
    ma cherie amour, longe como katmandu;
    ma cherie amour, quando você vai me perceber?
    embrulhei a lua num sachê
    só para ganhar você."

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palavras são apenas palavras,
movimentam o mundo desde
sempre, mas nem todos sabem.