Mon amour em nuvens

Paolo Casalis

Sabe quando as palavras flutuam, assim, soltas no doce silêncio das invenções lúdicas? Ando assim com elas, as palavras, perdidas. Por isso eu peço, com aquele jeito de quem não quer nada e precisa de tudo: me faça um poema. Sim, um poema de intermináveis delícias. E me diga mon amour em sussurros. Quando? Agora, oras! Todos os dias, de cinco em cinco minutos, até acabar o nosso mundo. Com os nossos segredos. Juntos. Ah, e me dê um livro. Antigo. Bonito. Com um colo. E uns versos do Pessoa naquela xícara branca com o meu chá de baunilha preferido. Mas sem heterônimos desta vez, está bem? Dois nacos de nuvens, como em um dos meus títulos preferidos de você sabe quem. Algumas flores. Em lilás. Em giz. E... Pronto, não, não preciso de mais nada. Agora vem. Fica aqui comigo. Em silêncio. Em paz.





.Nas nuvens,
mon amour!

Um comentário:

palavras são apenas palavras,
movimentam o mundo desde
sempre, mas nem todos sabem.