vitae II


tenho emprego fixo e residência eventual. acho que casa é refúgio. melhor é a estrada. trinta e três outonos bem aproveitados. sou poeta e estou aprendendo a amar. gosto do divino e do profano. me adapto bem às circunstâncias, mas subverto o que posso. tenho deficiência visual, mas isso não me impede de ver o  mundo do meu jeito. e ele é bacana 'pra' caramba. adoro gatos e bebidas fortes. sou bossa nova, rock´n´roll e tango. não tenho habilidade para música. aprendi piano só por partitura. sou tatuada e romântica. enquanto minhas amigas tinham uma casa na árvore, eu tinha uma nave espacial. gosto de altura, mas tenho só um metro e sessenta. não tenho medo do escuro. tenho medo da maldade humana. sou tímida, mas me dou bem com desafios. calço trinta e quatro nos pés. e tenho sonhos do tamanho do  mundo. vou escrever um livro e ter filhos. se não nesta vida, em outra. não gosto de intimidade sem cumplicidade. sou taurina com ascendente em virgem e lua em câncer. dá um samba legal se souber levar. leio Ana C. para lembrar quem sou. aliás, isso já deu um bom poema. poesia latinoamericana é meu chão. suspiro pelo acento espanhol e, ironicamente, concluí curso de italiano. não sou muito do Fellini.  prefiro o Von Trier e o Wenders. sou um tipo de felina da estepe em busca do equilibirio. meu pai me dizia isto [e ainda diz]: equilíbirio!

- são coisas da vida, Rita, coisas da vida.

2 comentários:

  1. Para mim, isso é que deveria ser classificado como normal. Infelizmente, os poetas (poetas mesmo) estão em menor número. Se fosse o contrário, teríamos um mundo bem melhor.

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  2. mas eles, os poetas, existem. é o que importa :)

    obrigada pela visita, Geraldo, e boa semana!

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palavras são apenas palavras,
movimentam o mundo desde
sempre, mas nem todos sabem.