Non-stop


 
Conheci o Flávio numa parada de ônibus. Ponto de ônibus, dizem os cariocas. Mas eu digo parada porque sou do Sul. Era um começo de noite de outono, lá pelas sete e quinze da noite, e o Flávio, que morou no Rio de Janeiro durante doze anos, me perguntou qual era o ônibus que passava pelo Moinhos de Vento. Eu respondi que não sabia, porque eu raramente andava de ônibus. Ele achou engraçado porque, para ele, andar de ônibus era a regra. Ele dificilmente pegava táxi e ainda não tinha carro. O Flávio me contou que usava o carro do pai, nos finais de semana, para visitar a namorada, que morava eu outra cidade. Namorada!, é lógico que o Flávio tinha uma. Mas, mesmo assim, eu e o Flávio trocamos números de telefone. Quando ele disse, ao se despedir, que tinha me achado muito bonita e simpática, eu me apaixonei. Para mim, sempre funcionou assim, um elogio e um sorriso simpático significam quase a mesma coisa que um pedido de namoro. E eu fiz de conta que era possível namorar o Flávio a partir de um encontro na parada de ônibus. Pode parecer estranho, mas eu me apaixono tão fácil que dá até medo. A minha terapeuta diz que eu preciso aprender a ficar sozinha e a trabalhar as inseguranças. Mas isso é invenção do Jung ou do Freud. Eu prefiro me apaixonar várias vezes na semana a virar uma solteirona aborrecida. 


em tempo: o texto é das antigas.
mas sempre vale a pena refletir sobre quem fomos - ou precisamos ser.  
to voltando!
y sea lo que sea ;)

4 comentários:

  1. Gostar, apaixonar-se, amar....

    Por que devemos economizar? Que seja bastante se for bom. Se não for, tentemos de novo.

    Até acertar :))

    Beijos certeiros, meu amor :)))

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  2. acho que é para isso que estamos aqui.

    :))

    miados dengosos, meu gato :D

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  3. Venho agradecer as palavras no meu blog.

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  4. Eu me liguei neste texto. Acho que falar poeticamente da vida é uma forma de prosa poética. E é isso! Continue. Estaremos aqui miando.

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palavras são apenas palavras,
movimentam o mundo desde
sempre, mas nem todos sabem.