Aprendendo a caminhar

"...porque todos hemos sido niños y seremos viejos,
porque todos dudamos de la realidad de los sueños..." Mario Benedetti


Um ano de blog. E foi poesia sem fim. Foi tudo o que eu fui em um ano. Foi um pedaço do meu rock´n roll com uma parte de mim que é pura poesia. Um exagero em letras maiúsculas, em frases soltas, em textos que surgiram em noites, dias, minutos do meu jeito de ser. Quem me conhece sabe os motivos pelos quais eu iniciei o blog. Um ano depois. E eu aprendi muitas e muitas coisas. Aprendi a fazer, e ter, amigos distantes. Aprendi que uma palavra doce pode mudar uma manhã, uma tarde, um dia ou uma vida. Aprendi um pouco de mim e um pouco de todos que passaram por aqui. Uma roqueira que usa a poesia para tentar levar a vida mais bossa nova, mas, sabe-se lá por que, não deixa um samba-enredo de lado. E complica a vida. E simplifica noutras vezes. Que vive. E vive talvez demais. E por isso seja um exagero do início ao fim. Alguém que acreditou e desacreditou no amor. E que acreditou mais uma vez. E errou. Mas que não mudaria nada, em nada. Um dia, quiçá, o blog termine. E, vai saber, eu escreva um livro antes do anoitecer. Um dia, talvez, eu vá para longe. Em outro quem sabe eu volte. E na volta traga outro sorriso, outras histórias, outras partes de mim. Mas a alma, essa minha alma que não é calma e que transborda de vontade de amar, essa fica para sempre assim, querendo contar estrelas em noites de verão, sentindo o perfume das primaveras, querendo beijos sinceros de amor, acreditando que carinho não se recebe sem troca, sem toque, sem sorriso de criança. Enfim, esse tempo todo me traz lembranças e mais lembranças. E todas lindas. Das de estrelas dançantes a ausências compreendidas. Eu sempre amo. Tudo. Mesmo. Amar é a minha vida. E amar a minha vida, com tudo de bom - ou nem tanto - que ela tem, é o que me faz acreditar que a vida sabe das coisas. E que para todo o dia cinza existe outro lindo por vir. Sempre.



Obrigada a todos, de coração, pelo carinho nas palavras que deixaram aqui. Um beijo de inverno, com céu lilás de entardecer. E que Deus me dê sempre "um lugar onde eu possa plantar meus amigos, meus discos e livros e nada mais". Isso me basta para sempre. :))




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"Quero apossar-me do é da coisa.
Quero possuir os átomos do tempo.
Não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é passível de fazer sentido. Eu não: quero uma verdade inventada.
Mas bem sei o que quero aqui: quero o inconcluso. Quero a profunda desordem que no entanto dá a pressentir uma ordem subjacente.
Um dia eu disse infantilmente: eu posso tudo. Era a antevisão de poder um dia me largar e cair num abandono de qualquer lei. Elástica."



Clarice Lispector

3 comentários:

  1. Prima linda!
    Adorei este texto... vc como sempre com palavras lindas!
    Espero de coração que não só no próximo, mas próximos anos continue escrevendo, e que um dia eu posso falar "este livro é da minha prima!"
    Um beijo no coração, te adoro demais!

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  2. Flor!
    Parabéns!!!!!
    Q coisa maravilhosa! Um ano de blog! 365 dias sendo presenteada com a tua poesia!
    Espero q continues inspirada por muitos e muitos anos...
    Bjão Lê

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  3. fores lindas mais que lindas! :))

    beijos. e saudade de um tamanho imenso das duas!!!

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palavras são apenas palavras,
movimentam o mundo desde
sempre, mas nem todos sabem.