A outra

Edoardo Pasero


Ela ficava ali, assim, de canto, na espreita, disfarçada, latente. E eu, menina assustada, atrás da porta, escondida. Num dia, chegou bem perto, sem rodeios, direta: — Qual é a tua, hein, garotinha mimada? — disse ela com voz atrevida. Daquele dia em diante, troquei de roupa, de marido, de trabalho. E comecei a ser feliz. Outra em mim. Deixei. E ela ficou. Minha despedida dos restos de tudo o que sobrava. E não fazia falta.

6 comentários:

  1. Uma nova mulher. Na realidade, acho que todos temos um "eu", que nunca encontramos. Enquanto isso, mudamos. Muito sensual seu post e ótimo. Mais atrevida você... Beijão!

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  2. é, Ricardo, mas sempre estamos à procura, e, às vezes, econtramos ;))

    acho que estou lendo muito Schopenhauer, caro/a "pontinhos":

    "A ousadia é, depois da prudência, uma condição especial da nossa felicidade."

    obrigada pela visita!!!

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  3. Um dia agente percebe que o medo nos faz menininhas tolas,até que se percebe a força de crescer e dar a volta por cima.

    adorei aqui

    carinho

    Denise

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  4. e viramos meninas-mulheres :)

    obrigada pela visita, Denise! seja bem-vinda ao Beco :))

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  5. Somos tantos e em tantos aspectos que é só acordar diferente que um dia veremos tudo pelo lado dito errado.

    Bjs moça,





    Novo dogMa:
    sanCiono...


    dogMas...
    dos atos, fatos e mitos...

    http://do-gmas.blogspot.com/

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palavras são apenas palavras,
movimentam o mundo desde
sempre, mas nem todos sabem.