Esses triângulos amorosos...


Ok, atire a primeira pedra a mulher que nunca se viu tentada a encarar um relacionamento, mesmo sabendo que o pretendente já tem outra. Sim, bem sei, foram-se os tempos em que a mulher era o sexo frágil. Mulher agora é independente, bem-resolvida e não se apaixona assim tão fácil. Afinal de contas, se o homem for sacana, a mulher também sabe ser. Juro, acredito nas primeiras afirmativas, sobre a independência, coisa e tal, agora, a parte do não se apaixonar? Posso apostar que até a mais legítima das aquarianas vai concordar que é difícil isso acontecer. Houve um período da história chamado de matriarcado. A mulherada comandava solta. Já li teorias um tanto exageradas de antropólogos prevendo a volta desse sistema de organização social. Sensação de vitória para o, outrora, sexo frágil, e um certo pavor para a ala masculina. Indubitável. As mulheres entraram de vez na vida política, social e sexual, antes exclusivamente machista. Hoje são empresárias, filósofas, parlamentares, jogadoras de futebol, e donas de casa por opção. Mulher hoje salta de pára-quedas, bebe cerveja, dirige melhor do que muito homem, sai de casa às 8h da manhã e não volta no outro dia se não quiser, faz filhos por produção independente, entende de mecânica, de eletricidade, e até de física quântica. E, ainda, faz samba e amor quando tem vontade. Pouco provável que isso vá retroceder. Mas, calma homens, nem tudo está perdido (leia-se ganho). As mulheres ainda amam. Disso ninguém me convence o contrário. E porque amam acabam, como diz lá no início, entrando em um relacionamento duplo, que no fundo, já sabem falho desde o começo. Conheço histórias e histórias de casos assim. Ela se envolve pelo lindo par de olhos que, na noite em que se conheceram, prometem carinhos e mimos sem-fim, para depois cair na constante esperança da exclusividade. E se faz isso é porque gosta mesmo. Mulher, raras exceções, desaba quando se apaixona. E não gosta de dividir, isso é fato. No início até releva, se faz de durona, finge ser o tipo "não vou me envolver". Mas, vá lá, no quarto ou quinto encontro (e olha que estou exagerando em consideração às mais resistentes), já está com o coração transbordando de amores, esperando o dia em que a outra parte diga: sou só seu. O problema é que, normalmente, essa frase mágica não vem, e, daí em diante, o príncipe começa a virar sapo. Tá bom, pode até ser um sapo com a carinha doce do Brad Pitt, mas, a não ser que se tenha sangue de barata, é difícil não começarem as cobranças, os pedidos de mais atenção, mais tempo juntos, de colo no final de semana, de programas a dois que não sejam só entre quatro paredes. Dura realidade, mas a preferência é, em regra, de quem chegou antes. Nada mais justo. E, lamento dizer, se você chegou tarde, vai acabar ficando com o que sobrar. O que restar das férias de verão que ele passar com a namorada, dos Natais que ele estiver na serra ou na praia, com a outra família, e só conseguir ligar escondido para dizer que sente saudade e que, na volta, terá um tempinho para vocês dois, dos aniversários que não poderá comparecer, das festas em que não poderá ir, pois pode haver amigos em comum. Enfim, ausência consentida em várias ocasiões. Que fique claro. Cada um faz o que quer, e com quem quer, e este texto não é uma crítica aos homens, cômodos por natureza quando se trata de terminar um relacionamento que já não vai bem. Mas, se por acaso, ao ler estas linhas bateu um aperto no coração, quem sabe seja a hora de rever alguns conceitos. Fidelidade e lealdade são questões de respeito. Ninguém é propriedade de ninguém. Amar é maravilhoso, mas pode ser mais ainda se o amor da sua vida for inteiro, completo, verdadeiro. Nelson Rodrigues bem disse que "pouco amor não é amor". Não viva o seu pela metade se isso estiver incomodando. Às vezes uma suposta perda pode significar um lindo recomeço. Em tempos de amores líquidos, amor incondicional parece que está fora de moda.

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Para inspirar:

Sabe o que é melhor que ser bandalho ou galinha? Amar. O amor é a verdadeira sacanagem.
Tom Jobim


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Em tempo: no paraíso não tem internet. Então, off alguns dias por aqui... Mas eu volto. ;)

Saudações felinas neste feriado que promete lindos dias de quase-primavera! :)

2 comentários:

  1. fico triste quando
    mulheres regozijam o tornar-se como homens.

    de todo modo
    não constante é essencial.

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  2. e é para ficar, leandro. ;)

    obrigada pela visita! essencial.

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movimentam o mundo desde
sempre, mas nem todos sabem.