Tem filosofia aí?



Recordo-me de há algum tempo ter lido um artigo do Luc Ferry sobre como a filosofia pode ser um meio eficiente de auto-conhecimento. Adorei a tese e me senti, de certo modo, aliviada de ver naquelas linhas palavras de um conhecedor sobre o assunto, já que muitas pessoas rotulam aqueles que gostam dessa disciplina como chatos sem outras alternativas mais emocionantes com as quais se ocupar. Certo, divagações, em algumas ocasiões, têm de ser curtas para não se tornarem inoportunas e maçantes, mas procurar entender o porquê das coisas de uma forma filosófica pode ser bonito e proveitoso. Faz bem para a alma e, arranho, pode ser bem mais emocionante ler Kant que assistir a um roteiro de filme americano do tipo suspense policial. Eu encontrei, por vezes, respostas a muitas dúvidas nos ensinamentos de Sêneca, Schopenhauer, Nietzsche (lógico!) e tantos outros. A filosofia é o me que sustenta. É ela que me faz livre, forte, intensa. Aos que também gostam, fica aqui a dica do livro As Consolações da Filosofia, do Alain de Botton, segundo o qual para cada mal da vida existe um remédio filosófico. Fico hoje com Sêneca. O motivo da escolha? Quem sabe acreditar que para todo o final do mês de agosto, escolhido como o tenebroso do calendário, existe um lindo início de primavera.

"Para nos acalmarmos em uma rua movimentada, devemos confiar que as pessoas que provocam barulhos nada sabem a nosso respeito. Devemos erguer uma barreira entre o barulho exterior e a sensação interior de que somos merecedores de punições. Não devemos transportar interpretações pessimistas das motivações alheias para cenários onde não há lugar para elas. A partir daí, o barulho jamais será agradável, mas ele não precisa nos enfurecer tanto: Deixemos o caos reinar por toda parte, desde que não perturbe nosso equilíbrio interior."


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Luc Ferry

Nascido em Paris em 1951, Luc Ferry é filósofo e um dos principais defensores do Humanismo Secular - visão de mundo que se contrapõe à religião, por conta de seu compromisso com o uso da razão crítica em lugar da fé, na busca de respostas para as questões humanas mais importantes. Foi ministro da Educação na França de 2002 a 2004. Com Aprender a Viver, venceu o prêmio Aujourd'hui 2006, um dos mais conceituados de não-ficção contemporânea da França.

**Em tempo: E as tulipas? Estão aqui porque são bonitas (e elas nunca parecem tristes, embora possam estar). E é assim que a vida deve ser. Linda, na medida da felicidade de cada um. :)

2 comentários:

  1. Oi Amiga! Gostei deste em especial pois além do texto muito bom (como todos né) eu AMO Tulipas e esse período do ano quando o frio acaba e parece que a paisagem volta à vida, voltam as cores. :o) Bjinhos, Lu!

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  2. oi lu querida!

    quem não gosta de tulipa bom sujeito não é! mais ou menos por aí, não? rsrsrs...

    obrigada pelo carinho! és sempre bem-vinda aqui! :)

    mil bjs.

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