
Eu sou desatenta para muitas coisas. Inevitável. Minha parte felina, vez que outra, falha. E que bom, porque que chato seria ter de estar atenta a tudo, em todas as horas do dia. Mas algumas coisas, pessoas, lugares me atraem o olhar, quando não todos os outros sentidos juntos. Bom, daí, fim da história. Eu não sossego até sentir tudo, de tudo, o que me atrai. Bah, e alguém já percebeu que Porto Alegre tem girassóis espalhados pelos quatro cantos da cidade? Calma, não tenho nada contra as gérberas gigantes lindas mais que lindas, que de épocas em épocas resolvem florir, mas, ei, eu preciso, todos os dias, ver girassóis sorrindo por aí? Antigamente era outro o mês dos girassóis. O que eles estão fazendo no [meu] verão? Das compras no mercado ao passeio de domingo no parque, lá estão eles. E, com eles, lembranças de outros tempos. Tempos esses que deveriam ficar no seu tempo. Passado. Sei, sem paranóias, girassóis não perseguem ninguém. Desvia o olhar e pronto, Daniele. Sem chance. Entre uma cuia e outra de mate, meus olhos miravam hoje baldinhos e baldinhos cheios deles, daquele jeito, felizes como só os girassóis conseguem ser, à venda em quase todas as bancas do brique. Deve haver alguma mensagem subliminar nisso tudo. Mas, tá, vou fazer de conta que é só coincidência. Daqui a pouco alguma outra flor há de tomar o lugar dos girassóis. E que não demore. Não dá para viver rodeada de girassóis sem poder ter um jardim deles em casa. Que venham, e logo, as violetas de um belo abril! De um belo abril...
Em tempo: um girassol, feito por mim às pressas, no
paint do computador, não poderia resultar em grandes coisas. Registrada em público a minha total ausência de habilidade com desenhos. Mas deu vontade de fazer uma arte [no sentido bem arteiro da palavra], e eu fiz. ;)